1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Funcionários públicos detidos por recrutarem insurgentes

Lusa
8 de julho de 2022

Um tribunal moçambicano anunciou a detenção de mais dois funcionários públicos suspeitos de integrar uma rede de tráfico de drogas e recrutamento para a insurgência em Cabo Delgado, elevando o total de detidos para 12.

https://p.dw.com/p/4Dq78
Mosambik, Cabo Delgado | Terrorismus-Prozess
Foto: DW

"Foram detidos mais dois funcionários públicos", um dos serviços de migração e outro dos serviços de notariado, disse aos jornalistas António Marcos, porta-voz do tribunal provincial de Sofala, cidade da Beira, no centro do país. 

De acordo com o mandado de captura, ambos são suspeitos do crime de associação criminosa.

No total, "há seis funcionários dos serviços de migração" em prisão preventiva, referiu.

Outros cinco detidos são cidadãos estrangeiros, os primeiros a ser presos, no dia 21 de junho, com documentos de identidade do Quénia e Somália, que se suspeita serem falsos.

População em fuga no norte de Moçambique

Tráfico de droga para financiar terrorismo

As detenções foram feitas com base em informações de que o grupo estaria ligado a tráfico de drogas para financiar a entrada ilegal no país de pessoas que iriam juntar-se aos grupos armados que aterrorizam a província de Cabo Delgado, no norte do país - mais de mil quilómetros de distância a norte da cidade da Beira.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.

Saltar a secção Mais sobre este tema