RENAMO: Família de Mariano Nhongo alvo de ataques
17 de setembro de 2020Em entrevista à DW, Mariano Nhongo disse que, na quarta-feira (16.09), um dos seus filhos foi alvo de cinco tiros, sendo que a sua motorizada lhe foi logo depois retirada por supostos membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na aldeia de Chiadeia, no distrito de Nhamatanda, província central de Sofala.
Segundo o líder da auto-proclamada Junta Militar da RENAMO, o maior partido da oposição, no mesmo dia, também dois dos seus filhos mais novos foram capturados, torturados e obrigados a mostrar o esconderijo do pai, que é um antigo general da RENAMO.
"O meu filho foi alvejado, levaram a mota dele. Foram disparados cinco tiros, mas ele escapou, mas esta manhã me ligou-me a dizer que estava a ser levado", conta Mariano Nhongo.
"Tenho informação de que estão na zona membros das Força de Intervenção Rápida, polícias com armas, a procurar a população, a procurar crianças, a procurar crianças de 7, 10, 15 anos. Para fazer o quê?", questiona.
"Eu vou distruir Nhamatanda. Tenho capacidade vou paralisar tudo o que está em Nhamatanda", ameaça.
Autoridades incontactáveis
A DW contactou o administrador de Nhamatanda, Tomé José, para obter esclarecimentos, mas o responsável disse não estar a par da situação por não estar de momento no distrito. A DW também tentou ouvir o Comando Distrital da polícia, mas sem efeito.
Outro integrante da auto-proclamada Junta Militar, André Matsangaisse Júnior, perdeu contacto com quatro membros da sua família, incluindo a esposa grávida, que acredita terem sido raptados pelas FDS na cidade de Chimoio, província central de Manica.
Mariano Nhongo ameaça criar uma revolta popular que poderá resultar na destruição da fábrica de açúcar de Mafambisse, que se localiza na aldeia próxima de Nhamatanda. "Vou paralisar aquela açucareira", adverte.
As ameaças de Mariano Nhongo acontecem num dia em que dois autocarros de transporte de passageiros foram atacados na região fronteiriça de Pungué, entre os distritos de Nhamatanda e Gorongosa. O ataque resultou em sete feridos, dos quais três com gravidade, segundo Dércio Chacate, porta-voz da Polícia na província de Sofala.