1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Nyusi felicita Guebuza após tensão visível entre os dois

Lusa
20 de janeiro de 2023

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, felicitou hoje o antecessor, Armando Guebuza, pelo seu 80.º aniversário, quase um ano depois de a tensão entre ambos ter chegado a um pico durante o julgamento das dívidas ocultas.

https://p.dw.com/p/4MTZ3
Foto: picture-alliance/dpa/M. De Almeida

Numa mensagem divulgada pela Presidência da República, Nyusi realça os sacrifícios feitos por Guebuza, "desde a sua juventude inteiramente dedicada à edificação de um Moçambique forte, próspero e em paz", livre do "domínio colonial português".

"A sua trajetória de vida confunde-se com a história de Moçambique", lê-se na mensagem.

O seu empenho, juntamente com "outros jovens da sua geração, sempre sob forte pressão e vigilância constante das autoridades coloniais, permitiu fazer de si um homem determinado a confrontar o colonizador", acrescenta.

Veja imagens da audição de Ndambi Guebuza

As felicitações de Nyusi a Guebuza, ambos membros da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder desde a independência, acontecem depois de o antigo chefe de Estado ter implicado Nyusi em fevereiro de 2022, ao testemunhar no julgamento das dívidas ocultas.

Tensões internas

Guebuza disse que o atual Presidente da República na altura ministro da Defesa, é que conhecia os detalhes do projeto de proteção costeira que esteve na origem do escândalo.

O juiz entendeu que não havia razões para ouvir Nyusi e, em dezembro, condenou Ndambi Guebuza, filho mais velho do ex-PR, a 12 anos de prisão e ao pagamento solidário com outros arguidos de uma indemnização de 2,6 mil milhões de euros - o valor de todo o prejuízo causado ao Estado.

Numa alusão às tensões internas na FRELIMO, o antigo Presidente Joaquim Chissano apelou à pacificação ao fechar o congresso do partido realizado em setembro.

"Um vai levantar a voz, um dia, e outro vai estremecer, mas no outro dia poderão se abraçar e construir a paz, a reconciliação", disse Chissano a Nyusi.

O país entra este ano num novo ciclo eleitoral, com eleições autárquicas em outubro e eleições gerais em 2024.