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A batata reno é muito procurada mas escasseia

Manuel David/Lichinga20 de agosto de 2015

Em Moçambique, a falta de sementes de qualidade está a afetar a produção local de batata reno. Por falta de qualidade na produção nacional, Moçambique vê-se obrigado a importar o tubérculo.

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Foto: DW/M. David

A batata reno é considerada a terceira espécie mais importante entre as batatas em Moçambique. O país produz por ano mais de cem mil toneladas, segundo dados de 2013 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Sobretudo nas províncias das regiões norte e centro, nos últimos anos a produção de batata reno em Moçambique tem caído, devido à falta de qualidade das sementes.

Mas como este tipo de batata é o mais procurado pelos funcionários dos megaprojetos em curso no norte, o país tem de importar batata reno do estrangeiro para o mercado moçambicano.

A importação podia ser desnecessária

Carolino Martinho, coordenador nacional da batata reno no Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, disse à DW África que o país ainda não tem condições de produzir sementes para os produtores:

“Como há falta de sementes para os produtores e há falta de empresas para fornecimento de sementes de qualidade para os produtores, os agricultores são obrigados a usar a mesma semente ano após ano. E isso cria problemas de redução de rendimentos”, pois a semente está degenerada, diz o especialista.

Kartoffeln aus Mosambik
A importação da batata reno deixa os produtores insatisfeitosFoto: DW/M. David

Passar a batata quente ao Governo

Ciente da realidade atual e da promoção de cadeias de valores, Paulino Salimo e Omar Ndala, produtores de batata reno na província do Niassa, acreditam que o que falta é vontade do Governo.

“Temos terras férteis”, afirmam, realçando que o problema não se resolve com adubo: “Até que produzimos batata com qualidade, mas temos um problema, que é trabalharmos com aquela batata antiga”.

As sementes existentes no país são importadas da Holanda, França e África do Sul. E só daqui a cinco anos, Moçambique poderá deixar de importar sementes do estrangeiro, prevê Carolino Martinho, do Instituto de Investigação Agrária: “Vamos levar muito tempo até podermos deixar de importar a semente. Mas penso que o Governo está a criar condições para inverter a situação, dado a que nós temos condições agro-ecológicas apropriadas para a produção de semente”. Desde que haja um bom programa, “bem financiado e desenhado”, acrescenta.

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Em Moçambique, a batata reno é produzida em grandes quantidades nas províncias de Tete, Niassa, Nampula, Zambézia e Manica.