Oposição pede coragem, FRELIMO promete transformação
8 de outubro de 2023O secretário-geral da Frente Libertação de Moçambique (FRELIMO, partido no poder), Roque Silva, afirmou este domingo (08.10), no fecho da campanha para as eleições autárquicas, que o objetivo é ganhar todos os municípios e promover a agenda da "transformação".
"Nós concorremos nos 65 municípios com os olhos postos na vitória (...) Concorremos nos 65 municípios com os olhos postos no desenvolvimento e na transformação", afirmou Roque Silva, num comício que encerrou, em Maputo, a campanha para as sextas eleições autárquicas moçambicanas de 11 de outubro.
"É que temos uma agenda de grandes transformações. O que nós queremos não é ganhar eleições para continuarmos a fazer as coisas da mesmíssima maneira, porque a Frelimo é um partido que se sente sempre desafiado a trazer mudanças e a trazer transformações. É por isso que dizemos que a FRELIMO é a força da mudança", afirmou.
"Assistimos em todo o país membros e simpatizantes da FRELIMO a fazerem campanha de forma muito educada, abstendo-se de qualquer tipo de prática de violência ou de hostilização dos outros. Isto é uma demonstração clara de que, como partido, estamos a crescer não apenas sob o ponto de vista quantitativo, mas sobretudo sob o ponto de vista qualitativo e da nossa consciência democrática", afirmou o secretário-geral do partido, que nos 13 dias percorreu Moçambique em campanha.
RENAMO fecha campanha com críticas à FRELIMO
O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, prometeu também este domingo, uma "governação participativa" em resultado das eleições autárquicas, criticando a gestão do partido no poder.
"O ladrão, o corrupto, não é para governar município. O seu lugar é na cadeia", afirmou o líder da RENAMO, maior partido da oposição, na Matola, arredores de Maputo, a cidade mais populosa do país.
Trata-se da primeira eleição em que a RENAMO concorre já totalmente desmilitarizada, após a conclusão do processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição. O DDR, iniciado em 2018 e que abrange 5.221 antigos guerrilheiros da RENAMO, dos quais 257 mulheres, terminou em junho último, com o encerramento da base de Vunduzi, a última do partido, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.
MDM pede aos eleitores para não terem medo
O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segundo maior partido da oposição), Lutero Simango, pediu este domingo que os eleitores "não tenham medo" de votar na mudança.
"Quando forem votar, não tenham medo. Não tenham receio", afirmou Lutero Simango, ao encerrar na cidade do Dondo, província de Sofala, a campanha para as autárquicas, por entre críticas à FRELIMO, partido que acusou de ser "de corruptos" e "de ladrões".
"Os vermelhos [FRELIMO] não têm moral, não têm princípios, não têm valores, não têm ética, por isso, o povo não pode ser governado por um partido que não tem ética, não tem princípios, não tem valores, que não tem moral", acusou.
"Por isso, já chega (...) Esta vez, é a nossa vez", afirmou ainda Lutero Simango, apelando aos militantes do MDM, partido que controla a Beira, uma das atuais 53 autarquias do país, para "não responderem a provocações".
Os eleitores moçambicanos vão escolher 65 novos autarcas em 11 de outubro, incluindo em 12 novas autarquias, que se juntam a 53 já existentes.
Nas eleições autárquicas de 2018, a FRELIMO venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove - a RENAMO em oito e o MDM em uma.
Mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos terminaram hoje a campanha para as sextas autárquicas moçambicanas, por entre apelos a um processo pacífico.
Segundo dados anteriores da Comissão Nacional das Eleições (CNE), mais de 8,7 milhões de eleitores moçambicanos estão inscritos para votar em todo o país nesta eleição autárquica.