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Música

Moçambique: Quem quer aprender a tocar mbira?

Bernardo Jequete (Chimoio)
30 de novembro de 2018

Há cada vez menos tocadores de mbira. Músicos moçambicanos pedem ao Estado mais apoios para ensinar a tocar o instrumento musical. Maputo recebe este fim-de-semana festival da mbira.

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Foto: DW/B. Jequete

Domingos Coutinho é um dos poucos tocadores de mbira em Moçambique, um instrumento musical tradicional, que se assemelha a um pequeno piano de mão, mais usado no vizinho Zimbabué. O músico, natural de Chimoio, toca mbira há mais de dez anos.

Mosambik Domingos Coutinho, Musiker aus Chimoio
Domingos Coutinho: "Fabrico a mbira, mas não tenho nenhum financiamento"Foto: DW/B. Jequete

"A mbira é a base da música tradicional africana. Serve como base para a música local", diz. "Também fabrico a mbira, mas não tenho nenhum financiamento. Uso o meu próprio dinheiro, mas gostaria de ter uma parceria ou um apoio."

Coutinho participa, desde 2008, em vários eventos musicais, tanto na província de Manica como na Associação dos Músicos Moçambicanos, em Maputo. Aprendeu a tocar mbira no povoado de Messica, distrito de Manica, com o mestre Dzandiwandira.

O músico diz que é preciso defender o património cultural africano e pede ao Estado moçambicano que ajude mais os tocadores de mbira. Os poucos que existem estão a trocar de profissão por falta de apoios.

Músicos pedem ajuda ao Governo

"Valorizem os instrumentos tradicionais e os seus tocadores, porque os instrumentos tradicionais são nossos, são africanos. É preciso valorizá-los, de modo a preservá-los, para não desaparecerem", apela Coutinho. "Se não consideram os tocadores e instrumentos tradicionais, praticamente a nossa música tradicional vai desaparecendo. O artista vai-se ocupar noutras coisas por não haver consideração."

Ouça aqui a mbira e a reportagem do correspondente da DW

Johanne Joaquim, outro tocador de mbira, pede ao Governo provincial que incentive mais pessoas a aprender a tocar o instrumento tradicional.

A mbira é um instrumento fascinante, afirma Joaquim: "Assim que eu comecei a tocar, apaixonei-me. Ultimamente pegava na mbira em qualquer lugar que eu fosse, ia com ela para poder-me inspirar mais, pois com o passar do tempo, conseguia ter outros toques, sem me aperceber."

O músico participa este fim-de-semana, dias 1 e 2 de dezembro, no Festival da Mbira, que decorrerá na capital moçambicana, Maputo. No festival participam 17 tocadores de mbira, entre outros artistas.

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