Moçambique regista oitavo caso da Covid-19
28 de março de 2020Moçambique registou um novo caso do novo coronavírus, elevando o total de registos da Covid-19 no país para oito, anunciou este sábado (28.03) o ministro da Saúde moçambicano, Armindo Tiago.
"O novo caso é um caso de transmissão local. Temos no país, até agora, de forma cumulativa, oito casos positivos, seis importados e dois de transmissão local", referiu, indicando que não há registo de mortes.
Desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus, Moçambique testou 205 casos suspeitos, 64 dos quais nas últimas 24 horas. O número "demonstra que a nossa capacidade de testar está a aumentar diariamente", realçou Armindo Tiago.
O governante fez um novo apelo à prevenção, com reforço de medidas de higiene pessoal e coletiva, sobretudo com lavagem das mãos.
Em Moçambique recomenda-se a suspensão de eventos com mais de 50 pessoas, há quarentena obrigatória para viajantes e isolamento domiciliário para casos suspeitos ou para quem com eles tenha contactado.
Há uma semana, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou ainda à implementação de medidas de prevenção em todas as instituições. As escolas fecharam na segunda-feira (23.03) e, no mesmo dia, foram suspensos os vistos de entrada no país.
Estado de emergência
Esta sexta-feira (27.03), o Conselho de Estado recomendou a Nyusi que declare o estado de emergência, o que permitirá implementar medidas mais severas de prevenção, à semelhança do que acontece na vizinha África do Sul, que iniciou na sexta-feira um recolher obrigatório de 21 dias.
"O Conselho de Estado aconselhou o chefe do Estado a enveredar pela declaração do estado de emergência", lê-se no comunicado da Presidência da República.
De acordo com a Constituição moçambicana, o estado de emergência terá de ser delimitado pelo Presidente da República quanto às medidas concretas e prazo, numa declaração detalhada que requer aprovação do Parlamento.
Entre as restrições às liberdades individuais que podem ser invocadas encontra-se a "obrigação de permanência em local determinado", à semelhança do recolher obrigatório em vigor na vizinha África do Sul. Um total de 7.235 moçambicanos atravessaram a fronteira de Ressano Garcia com a África do Sul, no sul de Moçambique, uma "avalanche" explicada pelo recolher obrigatório decretado pelo Governo sul-africano.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo e causou mais de 28 mil mortes.