RENAMO teme "sub-recenseamento" nas regiões centro e norte
16 de maio de 2023"O nosso receio é de acontecer aquilo que algumas organizações dizem que aconteceu em 2019: um sub-recenseamento nas zonas centro e norte do país", referiu Venâncio Mondlane, mandatário da RENAMO, que acompanha o processo com vista às eleições autárquicas de 11 de outubro.
Segundo referiu, há quatro anos, "cerca de um milhão e 700 mil pessoas que atingiram a chamada idade eleitoral não foram inscritas" para os atos eleitorais.
"Temos graves receios que isto volte a acontecer, justamente este ano", destacou.
Venâncio Mondlane falava após uma reunião com órgãos eleitorais - Comissão Nacional de Eleições (CNE) e Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) - em Maputo.
O responsável apontou falhas na capacidade operativa das brigadas, que obrigam algumas pessoas a esperar mais que um dia numa fila para ter o cartão de eleitor, por exemplo, além de outros problemas.
Em 2019, os órgãos eleitorais anunciaram o recenseamento de 12,9 milhões de eleitores, abaixo dos 14 milhões que estavam previstos, ou seja, estimando-se que 1,2 milhões tenham ficado fora do processo.
No encontro com os órgãos eleitorais que dirigem o recenseamento, a RENAMO sugeriu alterações quanto à logística e procedimentos por forma a corrigir problemas nos postos de recenseamento.
O partido anunciou ainda a apresentação de queixas relativas a diversos ilícitos e crimes eleitorais durante o processo e defendeu uma melhor comunicação, sugerindo uma conferência de imprensa semanal por parte dos órgãos eleitorais.
As posições da RENAMO surgem no mesmo dia em que a coligação de organizações da sociedade civil de observação eleitoral Mais Integridade defendeu a prorrogação do prazo de recenseamento para as eleições autárquicas devido "às desistências" de eleitores e "lentidão" do processo.
O recenseamento eleitoral arrancou em 20 de abril e decorre até 3 de junho.