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Desastres

Moçambique toma medidas para enfrentar ciclone Freddy

23 de fevereiro de 2023

Com o ciclone Freddy a aproximar-se de Moçambique, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) tem preparadas equipas de prontidão no terreno e bens de primeira necessidade para a população.

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Ciclone Freddy causou estragos em Madagáscar
Ciclone Freddy causou estragos em MadagáscarFoto: NASA VIA REUTERS

O ciclone Freddy deverá chegar a Moçambique esta sexta-feira (24.02), numa altura que muitas comunidades continuam a lidar com a destruição causada pelas fortes chuvas e pelas cheias recentes no país, que causaram a destruição de infraestruturas e deixaram as pessoas expostas a mais perigos de saúde.

Em entrevista à DW, Paulo Tomás, porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), explica como está a ser preparada a chegada do ciclone. O Governo já decretou estado de alerta vermelho para acudir às cheias que continuam a afetar o país.

DW África: Como está a ser preparada a chegada do ciclone Freddy a Moçambique?

Paulo Tomás (PT): Temos o pré-posicionamento de equipamentos para busca e resgate, assim também como a Unidade de Proteção Civil que opera, as embarcações também já estão pré-posicionadas e também já estão a ser usadas várias plataformas para disseminação de informação.

DW África: Não é a primeira vez que Moçambique é afetada por ciclones. As pessoas mais vulneráveis economicamente estarão eternamente condenadas a sofrer com os efeitos dos desastres naturais. Como é possível resolver essa equação?

PT: Um ciclone, entrando por Vilanculos, não vai ser por uma zona rural, poderá impactar outras infraestruturas também sociais e naturalmente, dentro dos programas de desenvolvimento e criação de resiliência tanto das infraestruturas assim como das comunidades, o governo vai desencadear ações que possam concorrer para esta resiliência humana e infraestrutural.

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DW África: A Associação Rede dos Direitos Humanos disse ter apresentado uma queixa no Gabinete Central de Combate à Corrupção contra a presidente do INGD, Luísa Meque, por alegada má gestão e desvio de verbas do Banco Mundial, que seriam destinadas a atenuar os efeitos das calamidades. Segundo o Banco Mundial, os fundos teriam sido usados para construção de infraestruturas e para a compra de viaturas. Teria sido por esse motivo que essa organização suspendeu o financiamento ao INGD já no ano passado? O que tem a dizer sobre esta denúncia?

PT: Eu, pelo menos, não tenho conhecimento que tenhamos recebido alguma notificação de alguma denúncia. Olhando para a auditoria feita e a sua interpretação, fazendo referência de que estas atividades são de prevenção, chegamos a um acordo. Seriam despesas de prevenção e, naturalmente, através dos acordos, o Governo de Moçambique fez a devolução dos recursos, que foi até uma das condições que foi avançada e reforçar também a componente da unidade de procurement da unidade que gere os fundos. Não tivemos nenhum cancelamento, porque o programa sempre continuou a funcionar normalmente. Então, é um trabalho intenso de sensibilização que está a acontecer. Já foram identificados os possíveis locais de abrigo onde estão a ser acomodadas as pessoas que estão a ser retiradas e também a criação de condições para uma rápida assistência às famílias que podem ficar afetadas.

DW África: E o que pretendem fazer para combater os já alarmantes casos de cólera?

PT: O desdobramento das equipas para o terreno e também o reposicionamento dos bens para a assistência. E também redobrar as mensagens de sensibilização para se manter as medidas de higiene e garantir, também em articulação com o setor da água, o aprovisionamento para garantir assistência em água nos centros de acomodação. É um trabalho multissetorial que está a ser implementado no local.

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Tainã Mansani Jornalista multimédia