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PGR desconhece impedimento de autópsia a embaixador russo

Lusa
13 de maio de 2024

O Ministério Público moçambicano disse hoje que desconhece a alegada decisão das autoridades russas de não autorizarem a autópsia do embaixador da Rússia encontrado morto, no sábado, na sua residência oficial em Maputo.

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Edifício da Procuradoria-Geral de Moçambique em Maputo
Foto: Roberto Paquete/DW

Alexander Surikov, 68 anos, foi encontrado morto, sábado (11.05) à noite, na residência oficial em Maputo e, segundo a polícia moçambicana, as autoridades russas não autorizaram qualquer exame ao corpo.

"Sobre este assunto [a não autorização de autópsia] não poderei falar (...). Não tenho conhecimento. Mas naturalmente qualquer ocorrência criminal, se for caso, o Ministério Público toma conhecimento", afirmou à comunicação social o porta-voz do Procuradoria-Geral da República, Nazimo Mussá, à margem da reunião da entidade em Maputo.

Segundo uma informação da Polícia da República de Moçambique (PRM) a que a Lusa teve acesso, a "presunção" da investigação é de "morte súbita por causas indeterminadas", contudo, quando o piquete policial chegou à morgue do Hospital Central de Maputo "constatou que o corpo já tinha sido acondicionado".

"E, por orientações vindas da Rússia, as quais chegaram à equipa técnica do piquete através do cônsul daquela Federação, o senhor Yuri Doroshenkov, o qual esteve presente na morgue acompanhado com o encarregado de segurança da embaixada, foi orientado a não fazer qualquer (...) exame do corpo e muito menos autópsia", refere-se na informação.

"Porém, a equipa técnica colheu fotografias do corpo do finado estando na gaveta, foram feitas fotografias à residência do mesmo e colheu-se o depoimento do cônsul", acrescentou.

Cooperação com Moçambique

Numa das poucas declarações à comunicação social, o embaixador Surikov tinha transmitido, em entrevista à Lusa, em 2 de fevereiro, a disponibilidade de Moscovo para apoiar Maputo no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, em caso de uma solicitação, assinalando, contudo, que o apoio que o país está a receber é suficiente.

"Se Moçambique solicitar alguma coisa, nós estamos ao lado, mas a situação não é tão dramática agora", declarou Alexandre Surikov, reagindo a uma questão colocada pela Lusa, à margem de um evento no Palácio da Ponta Vermelha, residência oficial do Presidente de Moçambique, em Maputo.

O embaixador russo disse mesmo que Maputo "pode sempre contar com a Rússia": "Nós temos experiência de largos anos de cooperação na esfera militar com Moçambique, ajudamos este país a construir as suas forças armadas e eles sabem perfeitamente sobre as nossas capacidades. Se eles necessitarem de alguma ajuda específica, estamos sempre ao lado", disse na altura.

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