MPLA e UNITA travam campanha 'renhida' no Huambo
19 de agosto de 2022Há várias semanas que Delfim Dumba não pára. O secretário provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) tem andado de terra em terra, de evento em evento, a caçar votos para os "maninhos".
A menos de uma semana das eleições, Delfim Dumba confia na vitória do seu partido. A campanha "tem corrido bem", diz o político.
"Avaliamos positivamente o ambiente de mobilização, o ambiente de caça ao voto e de educação cívica da campanha eleitoral", disse.
Dumba não há dúvida alguma que a UNITA vai vencer as próximas eleições de 24 de agosto.
Nas eleições passadas, em 2017, o Huambo foi uma das províncias angolanas onde a UNITA conseguiu maior percentagem de votos, 35,8%. Mesmo assim, o MPLA levou a melhor, com 58,2% dos votos.
O Huambo é uma praça eleitoral difícil e estas deverão ser as eleições mais renhidas de sempre em Angola, diz à DW o ativista cívico José Carlos Elavoko.
Eleger cinco deputados
Cada província elege cinco deputados, mas, segundo José Carlos Elavoko, este ano será muito difícil que um partido arrebate todos esses cinco mandatos – até em redutos do MPLA, como o Cunene, onde o partido conquistou 89% dos votos há cinco anos.
Para Elavoko nota que nas províncias como o Cunene, o Cuanza Norte e Malanje o nível de cidadania tem crescido e os partidos da oposição têm conseguido muitos simpatizantes, por isso, tona difícil um partido conseguir eleger cinco deputados.
No Huambo, o secretário provincial do Partido de Renovação Social, António Soliya Solende, também está satisfeito pela forma como tem decorrido a campanha eleitoral. Mas chama a atenção para alguns pequenos incidentes, com trocas de acusações ou insultos.
"Algumas palavras não são propriamente democráticas, e isso demonstra claramente que alguns não estão dispostos a perder estas eleições."
MPLA não quer falar
A DW África contactou os secretários províncias do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). Apenas José Ukuassapli, da FNLA, respondeu à nossa chamada, mas não quis prestar declarações.
A quatro dias das eleições gerais, o bispo reformado da Igreja Metodista Unida de Angola, Emílio de Carvalho, apela aos políticos e militantes dos partidos para manter um discurso de paz e tranquilidade, para transmitir serenidade aos eleitores. E apela ao voto.
"Se nós queremos uma democracia implantada no nosso país, não percam esta oportunidade."