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Mulheres africanas são tema de documentário

8 de março de 2013

Assinala-se nesta sexta-feira (08.03.) o dia internacional da mulher. Um documentário de Carlos Nascimbeni (dir.) fala sobre cinco mulheres africanas que deixaram a sua impressão digital na história do continente.

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Duas mulheres com o realizador Carlos Nascimbeni (dir.)
Duas mulheres com o realizador Carlos Nascimbeni (dir.)Foto: Carlos Nascimbeni

"O subterrâneo funcionamento deste continente está nas mãos da mulher. É exatamente aquele ditado que diz: 'A mulher sustenta metade do céu'. No dia em que ela larga, tudo rui", diz Luísa Diogo no trailer do documentário "Mulheres Africanas – A Rede Invisível".

Sentada numa cadeira, com o "penteado da rainha" em forma de coroa e vestido típico africano de cor verde, a antiga primeira-ministra de Moçambique descreve, no filme, a importância das mulheres no seu país e em África: a mulher, conta Luísa Diogo, é alguém que consegue unir toda a gente à sua volta.

Essa é justamente uma das grandes mensagens do documentário, explica o realizador brasileiro Carlos Nascimbeni: "A teia de ação das mulheres em África é uma que é feita no dia-a-dia, que não aparece, mas é a teia que, na verdade, sustenta o tecido social e determina muitas das relações."

Mulher, a pacificadora

Luísa Diogo, ex-primeira ministra de Moçambique e quadro sénior do partido FRELIMO
Luísa Diogo, ex-primeira ministra de Moçambique e quadro sénior do partido FRELIMOFoto: Ismael Miquidade

O realizador dá um exemplo – o que aconteceu depois da guerra civil em Moçambique: "Uma família, cada um contra o outro. Você tem um irmão que está de um lado e um irmão que está do outro. Quando a guerra acabou, quem foi que unificou essas pessoas? Foi a mulher, a mãe. Ela trouxe os seus filhos para dentro de casa, o seu marido, e disse: 'olha, aqui não há guerra'."

Outra das pessoas que Nascimbeni entrevistou foi Graça Machel, antiga esposa do primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, e atual mulher de Nelson Mandela e também ex-ministra da Educação em Moçambique.

Além dela, outras três mulheres contam as suas histórias: a Nobel da Literatura sul-africana Nadine Gordimer, a Prémio Nobel da Paz liberiana Leymah Gbowee e a empresária da Tanzânia, Sara Masasi.

O documentário de 80 minutos já passou pelo festival Dockanema, em Moçambique, e também pelo Festival de cinema do Rio.

Agora, vai poder ser visto pelo grande público nas salas de cinema de cinco cidades brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília.

O documentário será exibido em África

Graça Machel lidera projetos de desenvolvimento comunitário em Moçambique
Graça Machel lidera projetos de desenvolvimento comunitário em MoçambiqueFoto: Ismael Miquidade

Depois, o realizador diz que as histórias das cinco mulheres africanas vão continuar a ser contadas nas televisões de África: "Nós fechámos um contrato com uma empresa que vai distribuir o filme em África. Acho que principalmente para a televisão."

Carlos Nascimbeni planeia também levar o documentário a outros lugares: "Agora, depois desta exibição que vai ficar, provavelmente, um mês em cartaz aqui, nós vamos verificar a possibilidade de exibir em outros países. Eu acho que Portugal deve ter muito interesse. Provavelmente a Alemanha também… ou a China."

Autor: Guilherme Correia da Silva / António Cascais
Edição: Nádia Issufo / Renate Krieger

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