Mutilação Genital Feminina - parte 2: Riscos para a mulher
23 de setembro de 2011Apesar do esforço global para acabar com este crime contra os direitos humanos, a mutilação genital feminina, também conhecida pela sigla inglesa FGM, Female Genital Mutilation, continua ser praticada em pelo menos 28 países africanos, na Ásia e no Médio Oriente.
Devido aos movimentos migratórios alastrou-se a outras partes do globo como a Europa e a América do Norte. A Alemanha, a França, o Reino Unido e Portugal não são excepção. Vivem na Europa meio milhão de meninas e mulheres que foram vítimas desta tortura. Em todo o mundo estima-se que o número de vítimas seja entre 100 a 140 milhões.
Nalguns casos corta-se o clítoris, noutros os grandes e os pequenos lábios. Uma vez concretizada a mutilação é irreversível e se a vítima sobreviver, irá sofrer inúmeras consequências físicas e psicológicas. A curto, médio e longo prazo.
Sofrimento na hora do corte e risco da SIDA
Além do sofrimento atroz que a maioria delas sente no momento do corte, o doloroso processo de cicatrização da ferida é acompanhado com frequência de infecções, devido ao uso de utensílios contaminados, e dores ao urinar e defecar.
Incontinência urinária e infertilidade são outras das sequelas comuns.
O facto de serem usadas as mesmas facas ou lâminas para mutilar várias crianças acrescenta o risco de contrair o vírus da SIDA à extensa lista das consequências da mutilação.
Os bebés também sofrem
Além da mãe, também os recém-nascidos podem sofrer os efeitos nefastos da mutilação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de mortalidade infantil é mais elevada em 55 por cento em mulheres que sofreram uma mutilação de tipo III (a infibulação, que consiste em fechar a abertura vaginal).
A África Oriental, onde prevalecem as excisões faraónicas, é a zona do globo com o maior índice de mortalidade de mulheres e bebés durante o parto.