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Niassa na vanguarda do agro processamento de café

Manuel David (Lichinga)13 de outubro de 2015

A província do Niassa, no norte de Moçambique, é pioneira no país no agro processamento de café. A iniciativa é desenvolvida por dois pastores da Igreja reformada que se estabeleceram naquela província em 1995.

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Foto: imago/Westend61

Com um clima ameno, a localidade de Muapula, no distrito de Maúa, província do Niassa, é ideal para a exploração de café.

A ideia partiu de um grupo de religiosos holandeses e sul-africanos da Igreja Reformada, que aqui se instalou em 1995 e formou uma empresa que hoje é conhecida como Servir Moçambique. A empresa dedica-se ao cultivo de gergelim, mandioca, milho e à pastorícia. E agora também à cultura do café.

Com horizontes bem definidos, a expectativa é colher uma tonelada por hectare, afirma o gestor Fritz Van Der Merwe. "Os consumidores moçambicanos gostam do café", diz. O seu primeiro objetivo é "vender no país", deixando a porta aberta para a exportação "se a produção correr bem", frisa Der Merwe.

Mosambik Arlindo Chilundo und Fritz Van Der Merwe
Arlindo Chilundo (esq.) com Fritz Van Der MerweFoto: DW/M. David

O governador do Niassa, Arlindo Chilundo, que visitou recentemente a localidade, considera que são necessárias mais iniciativas do género para tirar a província no anonimato.

Chilundo manifesta interesse do Governo Provincial em apoiar a iniciativa "em tudo que for possível" para que a produção passe a ser feita em massa e acrescenta que há "agentes económicos noutros distritos de Moçambique que querem experimentar o café".

Processo de produção simples

A empresa tem 13 trabalhadores a tempo inteiro, número que tem vindo a subir na época da colheita dos cereais. Segundo o gestor Fritz Van Der Merwe, a empresa trabalha em colaboração com a população local, sobretudo na produção e no processamento do café, porque "eles é que conhecem a cultura da terra".

Mosambik Niassa Kaffee
Sete hectares de café no NiassaFoto: DW/M. David

O processo de produção de café não é complicado, mas enfrenta desafios climatéricos, nomeadamente a falta de chuvas. Der Merwe reconhece esses desafios e, por isso, ajuda a desenvolver capacidade técnicas junto da comunidade. "Os que estão a trabalhar comigo agora são aqueles que se vão tornar técnicos para promover o processo quando tivermos sucesso", declara o empresário.

A iniciativa está já a ser replicada por algumas famílias locais e conta com o apoio e assistência técnica da rede de distribuição rural do distrito de Maúa.

Para além do café, a empresa também produz óleo de girassol, conhecido como óleo Muapula, que é vendido na região.

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