No rastro dos gorilas da montanha no Uganda
11 de março de 2014A investigadora Dian Fossey e o filme “Gorilas na Bruma” tornaram famosos os gorilas da montanha da África oriental, uma espécie em vias de extinção que atrai a curiosidade de muitos turistas.
Uma caminhada para seguir o rastro de um gorila nas montanhas onde estes vivem custa aproximadamente 400 euros. Cada família de gorilas está autorizada a receber um máximo de oito visitas de uma hora por dia. Para a zoóloga Martha Robbins, do Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva, com sede em Leipzig, na Alemanha, é importante que as visitas continuem a ser limitadas.
“É notável o facto de os gorilas da montanha estarem entre as poucas espécies de primatas cuja população aumentou nas últimas décadas. E isso deve-se aos imensos esforços levados a cabo para os proteger”, afirma a investigadora.
Recolha de amostras
Nos últimos anos, Martha Robbins e sua equipa percorreram o Parque Nacional de Bwindi e recolheram amostras fecais de todos os gorilas para fazer análises genéticas. Desta forma, podem determinar exatamente quantos gorilas aqui vivem.
São as visitas diárias de turistas um fator de stress para os gorilas?
A investigadora, que estudou o comportamento reprodutivo dos gorilas da montanha em Bwindi, diz que não foram observamos quaisquer sinais nesse sentido, como por exemplo uma taxa de natalidade menor.
“E há provas de que os gorilas que já estão habituados às pessoas - porque todos os dias recebem visitas e são monitorizados - estão melhor do que alguns dos grupos que não estão habituados a estes contactos”, acrescenta.
O turismo contribui, assim, para preservar a população de gorilas no Parque Nacional de Bwindi. Uma população bem preciosa, pois apenas sobraram algumas centenas de gorilas da montanha. Como uma boa parte deles vive no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo e sofre com a guerra civil nesta zona, torna-se cada vez mais importante proteger os gorilas do Parque de Bwindi.