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Novo porto de Pemba aumenta expetativas no norte de Moçambique

Romeu da Silva (Pemba)22 de agosto de 2014

Hidrocarbonetos da bacia do Rovuma, norte de Moçambique, estão a dar outra dinâmica económica a esta parte do país. Por isso o Governo quer construir infraestruturas portuárias para servir as necessidades da indústria.

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Atual porto de Pemba, província de Cabo Delgado, MoçambiqueFoto: DW/E. Silvestre

Em Moçambique, já estão criadas as condições para a construção do porto para a exportação do gás de Rovuma, província de Cabo Delgado, no norte do país.

A construção de toda a infraestrutura portuária vai custar mil milhões de dólares. Este projeto dá mais esperanças de desenvolvimento à província de Cabo Delgado, espera a população da região.

Com a construção deste porto para exportar gás, o Presidente da República, Armando Guebuza, não tem dúvida sobre a capital de Cabo Delgado: "Pemba não será como antes e vai-se projetar como uma cidade de futuro e com futuro."

Citadinos com boas expetativas

Armando Guebuza
Armando Guebuza, Presidente de MoçambiqueFoto: DW/Romeu da Silva

É aliás, o que os residentes desta cidade querem. Dizem eles que o gás poderá melhorar a vida das pessoas por causa das receitas que vai gerar.

Um dos citadinos acha que "o trabalho que vai ser desenvolvido impulsionará de certa maneira o desenvolvimento da própria cidade" e acredita que tal desenvolvimento também beneficie outras regiões do país: "Não só a nossa cidade, mas tendo em conta que é uma parcela de todo o país, incluimos como um todo e em particular a cidade de Pemba"

Outro residente de Pemba está certo de que "há-de ser demais, o emprego há-de aumentar através deste projeto" e finaliza: "Por isso nós estamos satisfeitos."

O professor universitário em Pemba, José Mitilage, diz que aos poucos a cidade de Pemba está a mudar de face, mas considera que ainda é pouco: "Acredito que com essa base logística teremos outras vias alternativas, teremos muito movimento e também uma boa zona residencial. "

Para Mitilage "isso significa que poderá abrir-se uma outra rota" e em conclusão afirma que se espera para breve "um grande desenvolvimento."

As expetativas do Presidente da República

Grundschule in Pemba
Uma escola primária em PembaFoto: E. Silvestre

Por seu turno, o Presidente Armando Guebuza quer que as receitas a serem geradas com esta infraestrutura, fortaleçam o orçamento do país e assim "elevar a nossa capacidade por forma procedermos à redistribuição dos rendimentos através de mais unidades sanitárias e de ensino, bem como a expansão das redes de abastecimento de água, energia elétrica e telecomunicações e também através da construção e reabilitação de mais estradas e pontes."

Na zona onde vai ser erguida a infraestrutura existe o mangal uma situação já que preocupa os ambientalistas.

E a questão ambiental?

Schiffsplattform Saipem 10K
Navio-plataforma Saipem 10K a operar na Bacia do RovumaFoto: ENI East

Mas segundo Eduardo Naiene, presidente do Conselho de Administração da ENHILS "o estudo do impacto ambiental vai ditar o que tem de acontecer no que diz respeito à componente ambiental."

E Naiene dá exemplos: "Se olharmos para esta zona onde estamos, a fase inicial do projeto corresponde a cerca de 300 metros e, depois as fases posteriores vão ser ditadas pelos próximos estudos a serem executados."

A ENILS é uma parceria entre a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e a Oleon Invest da Nigéria. Daí que se espere que o Porto de Gás tenha uma dimensão internacional como diz Eduardo Naiene: "Poderá servir a área onde se encontra localizado, mas também à região, e quem sabe poderemos servir uma boa parte de África."

A primeira fase da construção desta infra estrutura está orçada em 150 milhões de dólares e a sua implementação deverá iniciar-se em 2015 e o seu término está marcado para 2016.

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