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Filipe Nyusi promete combater corrupção em Moçambique

Leonel Matias (Maputo)15 de janeiro de 2015

Filipe Nyusi tomou esta quinta-feira posse como Presidente da República de Moçambique numa cerimónia em Maputo. Prometeu lutar contra a pobreza e o despesismo e formar um Governo com base no mérito e na competência.

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Hermenegildo Gamito (esq.), presidente do Tribunal Constitucional, e Filipe Nyusi, o novo Presidente de MoçambiqueFoto: DW/Leonel Matias

Filipe Nyusi, de 55 anos, é o primeiro Presidente de Moçambique com um perfil tecnocrata e sem protagonismo na luta pela independência nacional do território.

Tomou posse esta quinta-feira (15.01) como quarto chefe de Estado de Moçambique após a independência, numa cerimónia dirigida pelo presidente do Tribunal Constitucional, Hermenegildo Gamito.

No seu primeiro discurso, na Praça da Independência, na capital moçambicana, o novo chefe de Estado eleito no escrutínio de 15 de outubro último apresentou-se como “Presidente de todos os moçambicanos” e prometeu lutar contra a pobreza, para consolidar a unidade nacional e a paz e combater a corrupção e o despesismo.

Populares e personalidades presentes

A cerimónia contou com a presença de milhares de populares e de diversas personalidades nacionais e estrangeiras, incluindo o Presidentes de Portugal, Cavaco Silva, e da África do Sul, Jacob Zuma.

Mosambik - Präsidentschaftskandidat Filipe Nyusi
Filipe Nyusi venceu as presidenciais de 15 de outubro de 2014 com 57,03% dos votosFoto: Getty Images/G. Guerica

Pelo menos sete países da África Austral e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) fizeram-se representar através de chefes de Estado e de Governo e vários outros através de altos dirigentes.

No plano doméstico, um dos candidatos derrotados nas eleições presidenciais, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), marcou presença na cerimónia, apesar do seu partido contestar os resultados eleitorais.

O outro candidato derrotado, Afonso Dlakhama, da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), não esteve presente na cerimónia. Dlakhama anunciou na véspera que não reconhecia o acto de investidura de Nyusi, reiterando que a sua eleição tinha sido fraudulenta.

Discurso reconciliatório

Na sua primeira comunicação à nação, Filipe Nyusi fez um discurso reconciliatório, em que prometeu primar pelo diálogo construtivo com todos os segmentos da sociedade, incluindo a oposição. E sublinhou que as boas ideias não têm cores partidárias.

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“Quero que todos os moçambicanos sejam capazes de se fazer ouvir, independentemente de pertencerem ou não a um partido." Essa é, segundo explicou,"a ideia profunda de inclusão que começa na cidadania plena de cada moçambicano e no respeito pela pluralidade e diversidade de opiniões”.

O novo Presidente disse que durante a sua governação vai assumir-se como representante de todos os moçambicanos. “O meu compromisso é servir o povo moçambicano como meu único e exclusivo patrão”, declarou.

Filipe Nyusi prometeu também formar um governo com base no “mérito, competência e eficácia”. No epicentro da governação estará, segundo afirmou, a construção de estradas e de barragens, a criação de emprego e o desenvolvimento
rural.

Disse ainda que vai prestar atenção ao distrito como pólo de desenvolvimento, a agricultura, a expansão da educação e da saúde, ao ensino técnico profissional, e promover o investimento público, privado e familiar.

Combate à corrupção

Nyusi prometeu também combater as assimetrias regionais, a corrupção, o despesismo, a criminalidade e não tolerar a discriminação no aparelho de Estado.

Wahlen Mosambik Filipe Nyusi und Armando Guebuza
Armando Guebuza (esq.) e Filipe Nyusi durante a campanha eleitoral de 2014Foto: Getty Images/AFP/ Gianluigi Guercia

Definiu como objectivos principais da sua governação a consolidação da
independência nacional, unidade, paz, diálogo, harmonia e equidade
social.

“Deve ser inabalável a certeza de que nunca mais os moçambicanos viverão sob a ameaça do medo e do espectro das armas”, salientou. “Os valores da convivência pacífica, harmoniosa e da solidariedade social devem ser vividos como uma cultura coletiva de todos os dias.”

O Presidente cessante, Armando Guebuza, fez um balanço positivo da sua governação na luta contra a pobreza e para o bem estar da população, tendo destacado a contribuição dos parceiros internacionais.

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