Novo programa desenvolve setor hídrico de Moçambique
9 de dezembro de 2011O programa tem uma duração de seis anos, e visa melhorar a capacidade de gestão e desenvolvimento dos recursos hídricos a nível nacional. Reforçará ainda o planeamento e criação de infraestruturas hidráulicas para responder à procura de água. O programa deverá beneficiar sobretudo o consumo doméstico e a produção alimentar.
Moçambique é atravessado por nove rios, que muitas vezes provocam cheias. Nas cidades, o país enfrenta a pressão da urbanização desorganizada, o que se reflete na distribuição de água. Nas zonas rurais, a população percorre dezenas de quilómetros, muitas vezes a pé, à procura de fontes de água, como rios, lagos e os escassos fontanários.
Um passo em frente no cumprimento dos Objetivos do Milénio
Para tentar suprir estes problemas, o Banco Mundial desembolsou 70 milhões de dólares norte-americanos para o projeto de Desenvolvimento de Recursos Hídricos. A diretora do Banco Mundial, Mulyani Indrawati disse que o projeto irá completar a Barragem de Corumana, na província de Maputo, como a próxima fonte de fornecimento de água à cidade de Maputo e áreas circunvizinhas: “Deste modo, o projeto irá contribuir para a melhoria das condições de vida e de saúde de milhares de cidadãos nos bairros com maiores densidades populacionais”.
Moçambique é considerado como estando no bom caminho rumo ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio na componente de água. Mas a capital, Maputo, poderá sofrer restrições até 2015 por causa dos altos índices de urbanização. Mulyani Indrawati refere que o projeto agora aprovado irá desempenhar um papel importante na solução desse problema, com o aumento do volume de água na Barragem de Corumana: “Este empreendimento irá fornecer água adicional às entidades públicas e privadas para a expansão da irrigação, o aumento das atividades económicas, a melhoria da produtividade urbana e a criação de postos de trabalho.”
Prioridade para a Barragem de Corumana
A maior parte deste financiamento, 42 milhões de dólares, destina-se à instalação de comportas na barragem de Corumana, para aumentar a capacidade de armazenamento de água e reforçar o abastecimento da cidade de Maputo e arredores. Onze milhões de dólares serão usados para o desenvolvimento institucional e fortalecimento da descentralização da gestão operacional de recursos hídricos. O resto do dinheiro será investido na implantação de medidas de redução e mitigação dos efeitos das cheias e seca nas bacias vulneráveis.
O ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, considera o projeto parte “fundamental” do Programa Quinquenal do Governo para 2010/14: “… no que concerne a promoção da participação dos utentes e das autoridades locais na planificação, alocação da água e gestão sustentável e integrada de recursos hídricos”, adiantou, especificando que “com esta intervenção será possível aumentar a capacidade de retenção da água na Barragem de Corumana para cerca de 17 milhões de metros cúbicos por ano”
Água para Maputo e Matola
Trata-se, sobretudo, de abastecer as cidades de Maputo e Matola, aumentar o número de bacias hidrográficas com planos de gestão de recursos hídricos e aumentar o número de estações hidroclimáticas operacionais a nível nacional, acrescentou o ministro.
O Governo definiu como objetivos a atingir nos próximos anos, aumentar a cobertura de abastecimento de água para servir cerca de seis milhões de habitantes nas zonas urbanas até 2015 e alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha