"Nunca mais": Memoriais do terror
Israel assinala a 12 de abril o Dia da Lembrança do Holocausto, prestando homenagem aos milhões de pessoas que morreram às mãos do regime nazi. Na Alemanha, memoriais garantem que as vítimas não são esquecidas.
Casa de Wannsee
A mansão no lago Wansee, em Berlim, foi fulcral para o planeamento do Holocausto. 15 membros do regime nazi e das SS encontraram-se aqui, a 20 de janeiro de 1942, para planear o que ficaria conhecido como "Solução Final": a deportação e extermínio de todos os judeus do território ocupado pela Alemanha. Em 1992, a mansão onde teve lugar a Conferência de Wansee foi transformada em memorial e museu.
Dachau
O regime nazi criou o primeiro campo de concentração em Dachau, não muito longe de Munique. Algumas semanas depois de Adolf Hitler subir ao poder, o local foi usado pelas forças paramilitares SS para deter, torturar e matar opositores políticos do regime. Dachau serviu de protótipo e modelo para os campos de concentração que se seguiram.
Pavilhão de comícios do partido nazi
Nuremberga acolheu os maiores comícios de propaganda nazi desde 1933 até ao fim da Segunda Guerra Mundial. Os congressos anuais do partido, bem como comícios com até 200 mil participantes, tiveram lugar nesta área de 11km². Hoje, o pavilhão de congressos inacabado funciona como arquivo e museu.
Bergen-Belsen
O campo de concentração de Bergen-Belsen, na Baixa Saxónia, foi inicialmente criado como um campo de prisioneiros de guerra. Os prisioneiros demasiado doentes para trabalhar eram trazidos para aqui de outros campos de concentração. Uma das 50 mil vítimas mortais deste campo foi Anne Frank, uma adolescente judia que se tornou conhecida internacionalmente após a publicação do seu diário.
Memorial da Resistência Alemã
O edifício Bendlerblock, em Berlim, era a sede de um grupo de resistência militar. A 20 de julho de 1944, um grupo de oficiais da Wehrmacht (forças armadas alemãs), liderado pelo coronel Claus von Stauffenberg, tentou matar Adolf Hitler, sem sucesso. Os líderes da conspiração foram executados na mesma noite, no pátio do Bendlerblock, onde se encontra hoje o Memorial da Resistência Alemã.
Centro de Eutanásia de Hadamar
Hadamar, em Hesse, era um dos seis centros onde, durante o regime nazi, pessoas com deficiências físicas e mentais eram mortas. Declaradas "indesejáveis" pelos nazis, cerca de 15 mil pessoas foram mortas neste centro por asfixia com monóxido de carbono e injecções letais. Hoje, Hadamar é um memorial às cerca de 70 mil vítimas do programa de eutanásia nazi em toda a Alemanha.
Memorial do Holocausto
O Memorial aos Judeus Mortos na Europa foi inaugurado em Berlim, junto à Porta de Brandemburgo, sessenta anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a 10 de maio de 2005. O arquiteto Peter Eisenman criou um campo com 2.711 blocos de betão, por onde os visitantes podem circular. Em anexo, encontra-se um centro de informação com os nomes de todas as vítimas conhecidas do Holocausto.
Memorial aos homossexuais perseguidos
Não muito longe do Memorial aos Judeus Mortos na Europa, um outro monumento de betão homenageia os milhares de homossexuais perseguidos pelos nazis entre 1933 e 1945. O monumento de 4 metros de altura, com uma janela que mostra alternadamente o filme de um beijo entre dois homens e entre duas mulheres, foi inaugurado no Tiergarten de Berlim, a 27 de maio de 2008.
Memorial aos Sinti e Roma
Um parque inaugurado em 2012, em Berlim, em frente ao edifício do Parlamento, funciona como memorial às 500 mil pessoas dos grupos Sinti e Roma - conhecidos como ciganos - mortas pelo regime nazi. No círculo de granito está gravado o poema "Auschwitz", de Santino Spinelli: "Rosto cavo, olhos mortiços, lábios frios, em silêncio, um coração partido, sem fôlego, sem palavras, sem lágrimas."
"Stolpersteine": Memoriais nas pedras da calçada
Nos anos 1990, o artista Gunther Demnig iniciou um projeto para confrontar o passado nazi alemão. Cubos de betão cobertos de bronze foram colocados junto às casas das vítimas do regime, com detalhes sobre as pessoas, bem como as datas em que foram deportadas e mortas. Há mais de 45 mil "Stolpersteine" em 18 países europeus. É o maior memorial do Holocausto descentralizado da Europa.
Casa Castanha em Munique
Junto ao antigo "Führerbau", onde se situava o escritório de Adolf Hitler - hoje, o edifício principal da Universidade de Música e Artes de Munique -, na chamada Casa Castanha, funcionava a sede do partido nazi. A "Braunes Haus" foi substituída pelo edifício branco (à direita na foto), que é hoje o Centro de Documentação do Nacional-Socialismo, inaugurado em 2015.