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"Governo e RENAMO vão unir-se contra quem disparar armas"

Lusa | tms
2 de agosto de 2019

O Presidente moçambicano afirmou que o Governo e a RENAMO vão unir-se contra tentativas de prejudicar o acordo de paz firmado na Gorongosa. Filipe Nyusi referia-se ao ataque a veículos em Sofala, ocorrido um dia antes.

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Filipe Nyusi durante a cerimónia que marcou a assinatura do acordo de paz, na GorongosaFoto: DW/A. Sebastião

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o Governo e a Resistência Naiconal Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, vão unir-se para debelar qualquer tentativa de prejudicar o acordo de cessação definitiva de hostilidades militares assinado na quinta-feira (01.08), em Sofala. 

Desconhecidos atacaram na tarde de quarta-feira (31.07) um autocarro de passageiros e um camião no troço entre Nhamapadza-Gorongosa, centro de Moçambique, um dia antes da assinatura do acordo de cessação definitiva de hostilidades militares entre Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, na Serra da Gorongosa.

A ação, que aconteceu a 200 quilómetros do local da assinatura do acordo, provocou ferimentos ao motorista e ajudante do camião, enquanto o autocarro ficou com furos de balas, mas sem que se tenham registado vítimas, segundo avaçou a agência de notícias Lusa.

Friedensvertrag Mosambik
Presidente Filipe Nyusi (esq.) e o líder da RENAMO, Ossufo Momade (dir.), na GorongosaFoto: DW/A. Sebastião

Ação conjunta

No comício que orientou quinta-feira na cidade da Beira, após a assinatura do entendimento com Ossufo Momade, o chefe de Estado moçambicano assegurou que o Governo e a Renamo vão atuar conjuntamente contra qualquer tipo de ameaça à paz.

"O Governo e a Renamo vão se juntar para ir buscar aqueles que vão disparar ou continuar com armas", declarou Filipe Nyusi, que classificou como "inimigos da paz" os autores daquele ataque. E acrescentou que estes não devem ser associados à RENAMO.

Nas últimas semanas, um grupo de guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição alertou o Governo para a continuação da instabilidade militar no país, caso assinasse o acordo de cessação das hostilidades militares com Ossufo Momade, exigindo a renúncia deste do cargo de presidente da RENAMO.

O grupo avisou que não vai aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que se iniciou na segunda-feira, enquanto Momade continuar presidente da RENAMO.