Nyusi reitera disponibilidade para dialogar com Dhlakama
10 de agosto de 2016"Estou aqui e estou pronto. Posso sair daqui da reunião e falar", afirmou esta terça-feira (09.08) Filipe Nyusi (à direita na foto) num comício em Cumbana, distrito de Jangamo, no arranque de uma visita de três dias à província de Inhambane.
O chefe de Estado moçambicano respondia, assim, às mensagens apresentadas pela população, que considera urgente um encontro de Nyusi com o líder do maior partido da oposição, Afonso Dhlakama, para acabar com o conflito político-militar e alcançar a paz efetiva.
"A população de Jangamo condena os ataques perpetrados pelos homens da RENAMO no país, com maior incidência na zona centro e norte, bem como no distrito de Funhalouro, aqui na província de Inhambane", disse um residente local, numa mensagem da população dirigida ao Presidente da República.
"Queremos se alcance a paz efetiva no nosso país o mais rapidamente possível", apelou.
Alguns populares da região afirmaram que o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) está em parte incerta "porque tem medo de ser morto pelas forças do Governo".
Negociações em Maputo
As negociações sobre o diálogo político foram retomadas esta segunda-feira (08.08), na capital moçambicana, em Maputo, com a presença dos mediadores internacionais, depois de uma interrupção de dez dias.
Quett Masire, antigo Presidente do Botsuana e um dos mediadores internacionais, disse aos jornalistas que o encontro tinha sido satisfatório, sem, no entanto, avançar pormenores.
A equipa de medição internacional das negociações de paz entre o Governo e a RENAMO continuou os trabalhos na terça-feira (09.08), à porta fechada.
Segundo Angelo Romano, da Comunidade de Santo Egídio, um dos mediadores indicados pela União Europeia (UE), tratou-se de "uma reunião interna", motivo pelo que não foram avançados detalhes sobre a agenda.
Esta quarta-feira (10.08), a equipa de mediação encontra-se com a delegação da RENAMO. O ponto principal das conversações tem sido a exigência do principal partido de oposição de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.