O conceito africano da beleza
O conceito do que é belo em África é diverso e está em constante mudança. Máscaras centenárias mostram que muito do que foi tido como belo é hoje questionado – não apenas em África.
Orgulho de ser negro
Colonialistas europeus pensavam que os africanos não era civilizados e, além disso, feios. Os africanos reagiram a essa arrogância. Enquanto alguns adotaram a moda e o estilo das elites urbanas europeias, outros se ativeram aos ideiais tradicionais de beleza. Na América do Norte e na África do Sul, desenvolveu-se o grito de protesto "Black is beautiful" (Ser negro é lindo, em inglês).
Cabelos sensíveis
Penteados são, geralmente, não apenas mera expressão de um estilo pessoal, mas também indicam a idade, origem e status de uma pessoa. De todos os tipos de cabelo, o africano é o mais sensível. Facilmente, ele fica seco e sem vida. Hoje em dia, tornou-se novamente popular deixar o cabelo natural, sem recorrer a cabelos sintéticos ou perucas.
Cremes de branqueamento
Óleos, cremes e maquiagem são para muitos africanos garantia de uma pele bonita e saudável. Cremes de branqueamento são populares em vários países. Mais de 75% das mulheres nigerianas clareiam a própria pele com cremes especiais. Em toda África, campanhas alertam para a presença de químicos fortes na composição dos cosméticos, que podem causar danos à pele.
Moda de protesto
Durante o período colonial, muitos congoleses queriam mostrar que poderiam ser como os europeus. A mera imitação da Moda de Paris evoluiu para um estilo único. Entre os anos 1970 e 1980, os chamados "Sapeurs", os homens extraordinariamente bem vestidos do Congo, passaram a usar as marcas de luxo ocidentais.
O que dita a moda na Tanzânia
Essa escultura também é parte da mostra "Africa's Top Models" em Hamburgo. Para o grupo étnico Maconde, na Tanzânia, um ideal de beleza feminino são os lábios grandes. Na boca é feito um orifício onde é colocado um alargador, que é trocado ao longo do tempo por outros maiores. Alargadores são também usados nas orelhas em alguns locais no Ocidente. Será que eles vão se tornar a próxima tendência?
Estilo à moda antiga
Pele avermelhada, cabelos trançados extravagantes e olhos semicerrados. Esta máscara de mais de 100 anos representa uma mulher bonita da etnia Chokwe, na República Democrática do Congo. Muitos povos africanos traduzem desde séculos o ambiente ao seu redor em forma de máscaras e figuras. Os artistas Chokwe faziam as máscaras inspirados em modelos, que eram proibidas de ver o resultado final.
Joias como objetos de proteção
Ouro, prata, pérolas, pedras preciosas, cobre, coral, couro e marfim são acessórios de beleza não apenas em África. Mas no continente africano elas carregam uma simbologia. As joias servem como proteção contra maldições e também como talimãs da sorte. Em algumas regiões, pessoas consideradas belas usam joias especiais para se proteger da inveja alheia.
Beleza como expressão de bons costumes
Na língua do grupo étnico Ibibio, da Nigéria, a palavra "mfon" significa "belo" e "moralmente bom". "Idiok" quer dizer "odioso" e "moralmente ruim". Os ancestrais da boa moral eram representados por belas máscaras: elas são simétricas, a cor da pele é clara, a testa é alta e as feições são delicadas. As máscaras de ancestrais imorais têm narizes tortos e são desfiguradas.
A verdadeira beleza vem de dentro
"Um rosto bonito e um belo vestido não constituem um belo caráter", diz um provérbio congolês. Em muitas culturas africanas, o pensamento é de que os que agem moralmente também são belos. Um comportamento reservado e a bondade altruísta são considerados em muitos lugares, especialmente na Índia, como expressão da "beleza interna".
A África é chique!
Não é apenas o Ocidente que exporta o seu conceito de beleza para o mundo. Designers africanos também conquistam as passarelas. Tecidos africanos e cortes tradicionais são populares em outros continentes. Ideais de beleza antigos, como os penteados trançados, são muito populares na Europa e Estados Unidos.