Obras do Hospital de Inhambane paradas há quase um ano
27 de junho de 2016A primeira pedra foi lançada em setembro de 2015 pela ministra da Saúde de Moçambique, Nazira Abdula, com o prazo de execução de 18 meses. Porém, passados dez meses, não existe qualquer sinal de obras em curso.
A demora no início das obras deve-se ao cancelamento do contrato com o empreiteiro adjudicado, que não chegou a receber o dinheiro do Estado, explica o diretor provincial de Saúde de Inhambane, Naftal Matusse.
A DW África visitou o terreno na cidade de Maxixe e encontrou duas placas: uma dá a conhecer o projecto final, quando estiverem concluídas as obras do Hospital Provincial de Inhambane; a outra indica o promotor da obra, o financiador, o fiscalizador, o empreiteiro, o alvará, a licença e o prazo de execução, mas não apresenta o custo total.
As obras estão a cargo de empresa de construção civil portuguesa Teixeira Duarte, cabendo a fiscalização à STRUT & TIE, empresa de consultoria em engenharia e meio ambiente, cujo financiamento provém do Orçamento Geral do Estado.
"Dinheiro nas mãos do Governo"
Inicialmente, equacionou-se a possibilidade de construir o hospital na cidade de Inhambane, mas, entretanto, houve uma mudança no projecto. "Já havia um contrato assinado com a empresa a que foi adjudicada e também se viu que havia uma necessidade de adequar este novo contrato ao novo projecto e ao novo terreno, daí esta demora", explica o diretor provincial de Saúde em Inhambane. "A demora é para fazer muito bem o projecto e esperamos que as obras possam começar", acrescenta.
Questionado sobre o atraso na execução do projeto, Naftal Matusse admite que antes não havia uma auditoria para aprovação do projecto. "É um grande projecto, que não podemos fazer com pressa e precipitação. Temos de criar todas as condições para que possa acontecer sem grandes sobressaltos", sublinha.
Em relação ao dinheiro para a construção do empreendimento hospitalar, o responsável afirma que o empreiteiro ainda não recebeu o dinheiro porque antes terá de ser feita uma revisão do orçamento total.
"O dinheiro está nas mãos do Governo de Moçambique e como as obras ainda não começaram, não pode se pagar nada", explica Naftal Matusse, frisando que se trata de dinheiro dos fundos do Estado. "Há uma revisão de todo o contrato e toda consultoria, então é precoce adiantar os valores nesta altura", conclui.