OMS alerta para eventual pandemia de coronavírus
25 de fevereiro de 2020O diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, lançou o alerta: "Agora é a hora de nos prepararmos. Estamos numa fase de preparação para uma possível pandemia. Já tivemos países suficientes a importar a doença. Está na hora de fazer tudo o que for preciso no caso de uma pandemia."
"Devemos concentrar-nos na contenção [da epidemia], enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma possível pandemia", disse também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa, em Genebra.
Na China, o epicentro do chamado Covid-19, já morreram 2.592 pessoas e o número de pacientes infetados ultrapassa 77.000. A OMS já declarou o surto como uma emergência de saúde pública internacional.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infeciosas dos Estados Unidos da América, explica a dimensão do problema. "Neste momento, a situação é muito séria e podemos dizer que há uma grande epidemia na China. Usa-se a palavra pandemia quando há uma disseminação difusa de infeções transmitidas em todo o mundo", diz.
Segundo Anthony Fauci, "as autoridades e a OMS não gostam de usar a palavra pandemia, mas, pela definição clássica, está-se muito perto disso, porque vários países têm número considerável de casos."
"Ainda é possível conter a doença"
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a comunidade internacional deve "fazer tudo o que estiver ao seu alcance" para impedir a propagação do coronavírus.
"Ainda é possível conter a doença, mas se alguns países falharem e não fizerem tudo o que é necessário, a situação pode sair do controlo com consequências dramáticas para a saúde e a economia globais. Vai aqui o meu forte apelo para que os países assumam as suas responsabilidades", pediu Guterres.
Depois da China, a Coreia do Sul é o segundo país mais afetado pelo coronavírus, com 800 infetados e oito mortos. O Irão registou 12 mortes e 64 casos diagnosticados. A Itália também está em alerta, com 211 doentes e sete mortos.
A rápida expansão do coronavírus nestes países, principalmente em território italiano, provocou uma forte queda nas bolsas de valores em todo mundo e derrubou o preço do petróleo.