Onda de violência no Egito
As forças de segurança egípcias despejaram dois acampamentos de protesto no Cairo onde estavam apoiantes do Presidente deposto, Mohamed Morsi. Centenas de pessoas morreram, milhares ficaram feridas.
Ação de despejo sangrenta
Aconteceu o que se temia. Diplomatas internacionais ainda tentaram travar o uso da força. Mas as forças de segurança egípcias acabaram por despejar dois acampamentos de protesto no Cairo onde estavam apoiantes do ex-Presidente Mohamed Morsi, deposto no início de julho através de um golpe de Estado. O despejo gerou uma onda de violência. Centenas de pessoas morreram, milhares ficaram feridas.
Sem olhar a meios
Mulheres, crianças e idosos estavam entre os apoiantes de Mohamed Morsi nos dois acampamentos de protesto no Cairo, junto à mesquita de Rabaa al-Adawiya e na praça Al-Nahda. Aparentemente, o exército egípcio não levou isso em conta quando recorreu à violência para os despejar na manhã do dia 14 de agosto de 2013.
Gás lacrimogéneo e disparos contra manifestantes
Manifestantes e exército defrontaram-se em verdadeiras batalhas de rua. A Irmandade Muçulmana falou de um "massacre" das forças de segurança. A polícia egípcia também sofreu várias baixas. O Governo interino egípcio decretou o estado de emergência no país durante um mês e impôs um recolher obrigatório. A violência no Egito foi duramente criticada a nível internacional.
Brutalidade nos confrontos
A confusão instalou-se sobretudo no acampamento junto à mesquita de Rabaa-al-Adawija. Testemunhas dizem que as forças de segurança expulsaram os manifestantes brutalmente. As entradas para o acampamento teriam sido fechadas, impedindo o acesso a ambulâncias.
Aeroporto do Cairo bloqueado
A polícia e os militares ergueram barricadas à volta do Aeroporto Internacional do Cairo. Foi uma medida de precaução depois do despejo dos acampamentos de protesto na cidade, disse um porta-voz do aeroporto. Alguns voos atrasaram porque os passageiros não conseguiam furar o bloqueio.
Apoiantes de Morsi não desistem
Desde que o Presidente Mohamed Morsi foi deposto pelo exército, a 3 de julho, apoiantes da Irmandade Muçulmana têm ido para as ruas pedir o seu regresso. Para eles, Morsi é o verdadeiro líder do Egito. Por isso, recusam dialogar com o Governo interino.
Violência espalha-se pelo país
Manifestantes e militares defrontaram-se também noutras cidades egípcias, como Assuão (sul), Luxor (sul) e Sohag (centro), onde os manifestantes deitaram fogo a uma igreja copta. No Egito, há cerca de oito milhões de cristãos coptas – a Igreja Copta apoiou a deposição de Mohamed Morsi, no início de julho.
"É preciso maior contenção"
A União Europeia está preocupada com a situação no Egito. "A violência não é solução", disse um porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. "Pedimos a ambas as partes uma maior contenção". O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Guido Westerwelle, apelou às fações rivais a dialogarem.
Mais protestos
Na praça Al-Nahda, no Cairo, os destroços são o que sobra do acampamento de protesto. O clima de tensão no Egito adensou, depois do dia mais sangrento desde a revolta que derrubou o regime de Hosni Mubarak, em 2011. No Cairo, o exército continua a patrulhar as ruas. São esperados novos protestos da Irmandade Muçulmana.