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ONG espera respostas sobre mortes e desaparecimentos de guineenses em Angola

Marcio Pessôa24 de abril de 2014

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia casos de cidadãos guineenses mortos em Angola sob custódia. A ONG diz que, até agora, as autoridades policiais angolanas ainda não deram nenhuma explicação às famílias.

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Foto: DW/Renate Krieger

A Liga Guineense dos Direitos Humanos reforçou o apelo para que as autoridades angolanas informem o paradeiro de cidadãos guineenses desaparecidos em Angola e esclareçam os casos de três emigrantes guineenses assassinados no país.

Há quase 30 dias, a entidade enviou carta aberta ao Procurador-Geral da República de Angola, João Maria de Sousa, solicitando esclarecimentos sobre o assassinato de cidadãos guineenses em Luanda, mas ainda não recebeu qualquer resposta. Conforme o presidente da organização, Luís Martins, a carta também solicita informações sobre o paradeiro da jornalista guineense Ana Pereira. "Milocas", como é conhecida, residia no bairro Benfica, em Luanda, e não é vista desde o final de julho de 2012. Luís Martins ressalta casos de mortes de guineenses em esquadras de polícia.

"Concretamente, o caso de António Maurício, assassinado numa das esquadras de polícia de Luanda", diz o responsável da organização não-governamental guineense. Além disso, "neste momento, estamos na posse de informação de um outro caso, o engenheiro Mamadú Candé, também detido e que depois apareceu morto sem que as autoridades tenham dado qualquer tipo de informação relativamente à situação que causou a morte. Estamos ainda a investigar um [suposto] caso de assassinato de um cidadão guineense em Angola."

Luís Vaz Martins
Luís Martins, presidente da LGDHFoto: DW/B. Darame

Martins solicitou esclarecimentos sobre eventuais conexões entre casos de assassinatos e desaparecimentos. "Queremos poder contar com a colaboração das autoridades angolanas", afirma.

"Milocas" Pereira não saiu de Angola

Conforme a presidente do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Luísa Rogério, a jornalista "Milocas" Pereira é filiada à organização, dava aulas em uma universidade e escrevia sobre Guiné-Bissau em diversas plataformas da imprensa angolana. Seu desaparecimento chocou a categoria.

"Continuamos à espera de alguma informação", diz a responsável. "Falo regularmente com o cunhado da 'Milocas' Pereira, que diz que até agora não tem nenhuma informação por parte das autoridades de investigação sobre o seu paradeiro. O que sabemos, não de fontes oficiais mas oficiosas, posso citar o cunhado da 'Milocas' Pereira, é que, pelo menos oficialmente, ela não terá saído de Angola."

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O Sindicato dos Jornalistas Angolanos e o Sindicato dos Jornalistas da Guiné-Bissau pretendem estudar novas medidas para ter o esclarecimento definitivo sobre o paradeiro de "Milocas" Pereira.

"Vamos encetar novas 'démarches' no sindicato, juntamente com os nossos colegas da Guiné-Bissau, para buscarmos uma nova plataforma de ação, que só deverá parar quando tivermos uma posição clara e inequívoca relativamente ao paradeiro da ‘Milocas’ Pereira", afirma Luísa Rogério.