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Embargo à Coreia do Norte violado por Angola e Moçambique?

Lusa | ar
11 de setembro de 2017

A ONU está a investigar possíveis violações ao embargo e sanções impostas à Coreia do Norte por parte de Angola e Moçambique, segundo um novo relatório da organização.

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Bildergalerie UN Hauptquartier Fahne Flagge
Foto: Fotolia/ben_photos

Especialistas da ONU que monitorizam a aplicação das sanções indicaram num relatório divulgado no sábado (09.09.) que o Governo de Kim Jong-un continua a ignorar as sanções sobre mercadorias, bem como o embargo de armas e restrições relativas ao transporte e atividades financeiras.

No que toca a violações do embargo de armas, o painel disse estar a conduzir investigações em Angola, Congo, Eritreia, Moçambique, Namíbia, Tanzânia e Uganda, bem como na Síria. 

Investigação sobre Angola 

"O painel continua a sua investigação sobre se a guarda presidencial de Angola e outras unidades foram treinadas por pessoas da República Democrática Popular da Coreia, bem como sobre diplomatas do país acreditados em Angola que trabalham para a Green Pine Corporation, incluindo o Mr. Kim Hyok Chan e o Mr. Jon Chol Young", lê-se no relatório.Segundo a ONU, a Green Pine Corporation é responsável por quase metade das armas exportadas pela Coreia do Norte. A empresa é alvo de sanções da comunidade internacional desde 2012.

Angola Rohstoffe
Baía de LuandaFoto: DW/Renate Krieger

Os especialistas da ONU acreditam que Kim Hyok Chan, um dos coreanos que tem visto de diplomata em Angola, "é o representante da Green Pine Corporation responsável pela remodelação dos navios da República Democrática Popular da Coreia que violou as resoluções" internacionais e que Kim viajou com o seu colega Jon Chol Young entre Angola e o Sri Lanka numa "tentativa falhada" de vender navios militares. O relatório nota que "Angola ainda não respondeu às perguntas do painel."

Moçambique sem "resposta substantiva”

Quanto a Moçambique, o painel de oito especialistas investiga a venda de um sistema de defesa área portátil, mísseis superfície-ar e um radar, uma operação feita entre a empresa coreana Haegeumgang Trading Corporation e a "Monte Binga", uma empresa controlada pelo Governo moçambicano.

"Moçambique ainda não forneceu uma resposta substantiva ao inquérito deste painel. Dois Estados-membros declararam que a Haegeumgang está ativa em Moçambique e o no país vizinho da Tanzânia. Um Estado-membro especificou que a Haegeumgang forneceu o mesmo tipo de mísseis superfície-ar a Moçambique e à Tanzânia", lê-se no relatório.Segundo o mesmo documento, a Coreia do Norte exportou ilegalmente carvão, ferro e outros bens no valor de pelo menos 270 milhões de dólares (224 milhões de euros) para a China e outros países, num período de seis meses, violando as sanções da ONU.

Nordkorea Raketentest Hwasong-14
Armamento norte-coreanoFoto: Getty Images/AFP/KCNA

Kim Jong-un continua a ignorar sanções

Os especialistas da organização que monitorizam a aplicação das sanções indicaram que o Governo de Kim Jong-un continua a ignorar as sanções sobre mercadorias, bem como o embargo de armas e restrições relativas ao transporte e atividades financeiras.

Os especialistas indicam que a Coreia do Norte também prossegue com atividades nucleares proibidas, com produção de material fóssil para armas no complexo nuclear de Yongbyon, construção de manutenção na zona de testes nucleares de Punggye-ri, e uma mina de urânio em Pyongsan.

O painel disse estar também a investigar o aumento da presença de norte-coreanos em África e no Médio Oriente, em particular na Síria, "incluindo o seu envolvimento em atividades proibidas".

O relatório de 111 páginas foi feito antes do sexto teste nuclear da Coreia do Norte, no dia 03, e divulgado dois dias antes de os Estados Unidos levarem a votação novas e mais severas sanções, incluindo o fim das exportações de petróleo e gás e o 'congelamento' de todos os ativos financeiros estrangeiros do Governo e do seu líder, Kim Jong-un.

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Foto: Fotolia/ben_photos

 

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