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Oposição de Moçambique e Angola criticam CNE

Conceição Matende
25 de outubro de 2024

A oposição acusa a CNE de "declarar guerra" ao povo ao anunciar a vitória de Daniel Chapo, da FRELIMO, e apela à mobilização em protesto. A UNITA, em Angola, também criticou o processo, denunciando irregularidades.

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Eleições gerais em Moçambique
CNE de Moçambique sob críticas da oposição moçambicana e angolanaFoto: Alfredo Zuniga/AFP

Após a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciar a vitória de Daniel Chapo, candidato da FRELIMO, partidos da oposição em Moçambique acusaram a entidade de manipulação e convocaram protestos em resposta aos resultados. Os opositores, incluindo Vitano Singano, líder do partido Revolução Democrática, e Manuel de Araújo, candidato da RENAMO, consideram os resultados "falsos" e "um insulto à inteligência do povo moçambicano e aos observadores nacionais e internacionais".

Em entrevista à DW, Vitano Singano declarou que "jamais iremos reconhecer os resultados" e ameaçou liderar uma resistência popular, caso Venâncio Mondlane, candidato do PODEMOS, aceite os resultados. “O próximo passo será manter as manifestações a nível nacional e a todo custo, se não houver diálogo. Chapo não tomará posse”, afirmou Singano.

Manuel de Araújo, por sua vez, descreveu os resultados como uma "falta de vergonha" e defendeu que os partidos da oposição se unam contra o que considera ser uma violação da democracia. Araújo sugeriu que a RENAMO convoque uma reunião com o MDM, RD e PODEMOS para uma rejeição coletiva dos resultados e a organização de marchas de protesto em todo o país a partir da próxima semana.

Cartoon von Sérgio Piçarra | Mosambik und Angola
Foto: Sérgio Piçarra/DW

“Estas manifestações deveriam paralisar serviços públicos e privados, enviando uma mensagem clara de que o povo moçambicano não aceitará ser ignorado”, afirmou.

Marcial Dachala, porta-voz da UNITA, maior partido da oposição em Angola, também expressou apoio aos partidos moçambicanos, criticando as semelhanças entre o processo eleitoral em Moçambique e Angola, alegando irregularidades e falta de transparência. Segundo Dachala, o governo de Moçambique, tal como o de Angola, prioriza a manutenção do poder, incluindo "assassinatos de figuras da oposição e outras violências" que, segundo ele, são ignoradas pela comunicação social.

As declarações refletem um momento de alta tensão no país, com as forças políticas da oposição a mobilizar a população para contestar o processo eleitoral, sob alegações de irregularidades e falta de imparcialidade por parte da CNE.

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