Os mosqueteiros da Liga das Nações
Portugal, Suíça, Inglaterra e Holanda são os primeiros finalistas da Liga das Nações, a nova competição para seleções europeias. Alemanha e Croácia descem à liga B. A UEFA criou uma prova curta, disputada e imprevisível.
Campeão europeu garante "final four"
Sem derrotas e sem Cristiano Ronaldo, Portugal assegurou cedo a qualificação para a "final four" da Liga das Nações (que organizará, em junho de 2019, no Porto e em Guimarães). Garantindo o primeiro lugar do seu grupo na penúltima jornada, os campeões europeus geriram os recursos, num processo de renovação moderado e com exibições realistas que levam a equipa de Fernando Santos aos jogos finais.
Suíça contraria previsões
Num duelo aceso com a Bélgica, a seleção helvética conseguiu, no último jogo, a reviravolta histórica. A perder por 2-0, os suíços marcaram cinco golos (com "hat trick" de Seferovic), e garantiram o passaporte para a fase final da competição, afastando os belgas (terceiros classificados do último Mundial), e despromovendo a Islândia à liga B. O "capitão" Xhaka (foto) comanda uma equipa sensação.
Ingleses rugiram no fim
Até ao derradeiro apito! Assim foi disputado o Inglaterra-Croácia, com a Espanha à espreita. O combinado inglês, a perder por 1-0 em Wembley, marcou dois golos (Sancho e Kane) em cinco minutos e atirou os vice-campeões mundiais para a liga B. Gareth Southgate leva assim a sua equipa a Portugal, em junho, enquanto - num dos grupos mais disputados da competição - a Espanha "morre na praia".
O verdadeiro comandante!
Harry Kane é, cada vez mais, uma peça imprescindível na seleção inglesa de futebol. O avançado do Tottenham, em excelente momento de forma, assume igualmente um papel preponderante no balneário, unindo a equipa em torno dos objetivos traçados. Quarta classificada no Mundial da Rússia, a Inglaterra surge agora (num grupo com a Croácia e Espanha) dominadora e é candidata à vitória final.
A nova "laranja mecânica"
Comandada no relvado pelo "capitão" Virgil Van Dijk, a seleção da Holanda aparece renovada e atrevida: futebol atraente, capacidade de sofrimento e alguma sorte foram os ingredientes para o apuramento dos holandeses para a "final four", à custa de alemães e franceses. Frente à Alemanha, dois golos nos minutos finais empataram o jogo e afastaram a França, que necessitava do triunfo germânico.
O "ano horribilis" da Alemanha
Não bastava o descalabro no Mundial da Rússia. A Alemanha continua a sua travessia no deserto, ficando em último lugar no seu grupo da Liga das Nações e sendo, assim, despromovida à liga B. Com apenas quatro vitórias em todos os encontros realizados em 2018, os alemães entram em fase de reestruturação, e o futuro deve ser assegurado por jovens talentosos, como Leroy Sané (na foto).
Do céu à terra
Joachim Löw é um caso raro de permanência como selecionador: há 13 anos no cargo, o técnico alemão foi campeão do mundo há quatro anos, no Brasil, e, em 2018, acumula desaires. Algumas opções discutíveis e a necessidade de uma renovação que tarda podem justificar um pouco do péssimo desempenho este ano. Mas Löw sabe que pior, é difícil. Por isso, aposta forte no Europeu de 2020.
O problema do sofá
Depender de terceiros nunca é bom sinal. A França necessitava que a Alemanha batesse a Holanda no último jogo do grupo 1, na liga A. Os minutos finais garantiram o empate aos holandeses, e os campeões do mundo ficam fora da "final four" da edição inaugural da Liga das Nações. E nem se tratou de desinvestimento: Deschamps utilizou todos os trunfos. Mas precisar que outros façam o trabalho...
Faltou só um bocadinho...
Zlatko Dalic surpreendeu o mundo do futebol com a sua Croácia conseguindo o segundo lugar no Mundial. Bom futebol, grandes jogadores e muita concentração. Porém, na Liga das Nações, os croatas - que precisavam vencer em Inglaterra e até marcaram primeiro - acabaram despromovidos à liga B depois da reviravolta britânica. A nova competição é curta, muito disputada e algo cruel. Dalic que o diga!