Alegado enriquecimento ilícito
7 de outubro de 2011O Partido Popular (PP) divulgou que, em pelo menos três países, podem ser verificados mais de cem milhões de dólares na posse do presidente angolano José Eduardo dos Santos. A sigla desafia o presidente a reagir e a provar o contrário.
Há alguns anos, a suspeita transita em setores da oposição do país, porém nunca foram apontados a origem e os bancos nos quais, tanto o presidente quanto os seus filhos teriam suas contas. As quantias estariam localizadas em Luxemburgo, Suíça e França.
Os panfletos, em tom de denúncia, apontam ainda dinheiro saído da petrolífera angolana Sonangol para contas em paraísos fiscais. O próprio presidente já desafiou seus críticos por varias ocasiões a apresentarem provas.
Alusivo a este tipo de insinuação, José Eduardo dos Santos devolve as críticas lembrando o papel da mídia. "Os órgãos de comunicação tem um papel importante na transmissão da informação correta e verdadeira sobre o que se passa", diz o presidente angolano.
Alegadas provas
Segundo o Partido Popular, a distribuição destes panfletos com supostas contas do presidente no exterior é uma forma de tornar a atividade de José Eduardo dos Santos transparente. "Nós temos provas credíveis da existência destas contas e deste dinheiro e provamos isto", disse o porta-voz do MPLA, Francisco Neto.
Nas ruas de Luanda, o assunto está a ser reflectido, mas o MPLA, partido do governo, endureceu o discurso. Armando da Cruz Neto, é general na reserva e governador de Benguela, uma província no litoral centro do país. "Vamos combater de forma pronta e vigorosa toda a propaganda e atitude que visem denegrir a imagem do camarada presidente José Eduardo dos Santos.
Não vamos dar tréguas aos que pretendam perverter a ordem, a tranqüilidade e os direitos cidadãos, consagrados na nossa constituição", diz Cruz Neto. O partido popular de Angola não se intimida e diz que vai continuar a distribuir os documentos. Dezenas de membro foram detidos em Luanda e no interior do país. "Iniciamos agora e vamos mais longe", diz o porta voz do Partido Popular, Francisco Neto.
Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Marcio Pessôa / António Rocha