Partidos guineenses acreditam em eleições a 10 de março
1 de fevereiro de 2019A convicção dos partidos foi manifestada no final de uma reunião que terminou na noite de quinta-feira (31.01) em Bissau. Participaram no encontro o Presidente da República, José Mário Vaz, o primeiro-ministro, Aristides Gomes, os 24 partidos que apresentaram candidaturas às legislativas no Supremo Tribunal de Justiça, os auditores da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) e os técnicos nigerianos da empresa que desenvolveu o software' utilizado para realizar o recenseamento eleitoral.
Em declarações aos jornalistas, Odete Semedo, vice-presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que o encontro foi técnico e serviu para ouvir o técnicos do GTAPE o ponto de situação em relação à afixação das listas de cidadãos recenseados e as respetivas reclamações.
A dirigente do PAIGC reconhece que há dificuldades, mas acredita que o pleito terá lugar na data marcada. "Num país com grandes dificuldades, que iniciou este processo com 49 partidos políticos, num ambiente de 1,6 milhões de habitantes, não é fácil gerir todos estes partidos, mas o processo andou ainda está aos solavancos, mas nós no PAIGC acreditamos que vamos chegar a bom porto", diz Odete Semedo.
Há condições "apesar das dificuldades"
O primeiro-ministro, Aristides Gomes, disse à DW África que estão reunidas as condições para a realização das eleições a 10 de março, apesar de existirem ainda algumas dificuldades financeiras e logística. "De grosso modo, estamos a conseguir respeitar os prazos e vamos continuar a fazer esforços. Mas 10 de março será o dia do escrutínio para as legislativas na Guiné-Bissau", sublinhou.
O GTAPE iniciou a semana passada a afixação dos cadernos eleitorais provisórios, o atendimento de reclamações para a correção de dados nos cartões de eleitor e a recolha de impressões digitais em falta no país e na diáspora.
Os partidos têm denunciado que os cadernos eleitorais ainda não foram afixados em todas as zonas do país e que, por consequência, as pessoas não têm conseguido apresentar as suas reclamações.
Recenseamento polémico
Orlando Mendes Veigas, diretor de campanha eleitoral do Partido de Renovação Social (PRS), um dos partidos que constesta o recenseamento, diz ter saído da reunião mais esclarecido e espera a rápida resposta do governo para cumprir com os prazos.
"Ainda não há brigadas de recenseamento em muitas localidades do país e isso inquieta-nos muito e queremos ver as coisas resolvidas", sublinha o dirigente do PRS. "Provavelmente na próxima semana o Governo vai ter condições para mobilizar a logística."
Segundo os dados provisórios do GTAPE, foram recenseados cerca de 733 mil eleitores.