Partidos angolanos cooperam na segurança das eleições gerais
11 de julho de 2017A posição foi transmitida em Luanda, no final de uma reunião esta terça-feira (11.07.) que o ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, promoveu com os representantes das formações políticas concorrentes, da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e da Polícia Nacional, para discutir a segurança do processo eleitoral.
O vice-presidente da coligação CASA-CE, Manuel Fernandes, disse aos jornalistas, à saída da reunião, que foi consensual a necessidade da manutenção da segurança a todos intervenientes ao processo eleitoral em curso.
"As questões colocadas faziam parte das nossas inquietações e conseguimos aqui chegar a consenso", afirmou.
Evitar discursos que incitam ao ódio, racismo, à violência e a alteração da ordem e segurança pública foi uma das orientações baixadas aos partidos políticos, no sentido de se cultivar harmonia durante o pleito eleitoral.
UNITA quer ver orientações aplicadasOrientações que o secretário nacional para organização da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Diamantino Mussokola, espera ver traduzidas na prática por parte de todos intervenientes ao processo.
"Nós tomamos boa nota, até porque isso é fruto de uma ação que a UNITA desencadeou, e hoje juntam-se outros intervenientes preocupados com a segurança do processo eleitoral. Esperamos que todas as forças sigam as orientações daqui baixadas", disse o responsável do maior partido da oposição, no final da reunião.
"Devemos felicitar o Ministério do Interior pelo facto de promover este encontro, que marca a forma como nós de facto devemos preparar as nossas eleições. Aqui assumimos compromissos recíprocos sobre a educação cívica aos nossos militantes", disse, por seu turno, o presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Lucas Ngonda.
Posturas que devem ser materializadasPor sua vez, o deputado e representante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), Ferreira Pinto, valorizou a iniciativa do Ministério do Interior, a pouco mais de 40 dias das eleições.
"Consistiu em transmitir aos partidos políticos as orientações sobre determinadas posturas que devem obedecer todos intervenientes ao processo", explicou.
Respeitar as instituições do Estado, as autoridades instituídas, os símbolos da República e transmitir o princípio de sã convivência entre os partidos políticos e o respeito pela diferença é igualmente uma das recomendações plasmadas no comunicado final do encontro.
Respeitar símbolos, dirigentes e membros dos partidos adversários
O comunicado final do encontro exorta os partidos e coligação de partidos concorrentes às eleições gerais de 23 de agosto a comunicar tempestivamente às autoridades administrativas e particularmente as policiais os seus programas e ações de campanha, bem como os respetivos locais, horários e itinerários.
O documento orienta igualmente as forças concorrentes a respeitar os símbolos, dirigentes e membros dos partidos políticos adversários, bem como evitar o transporte de pessoas em viaturas impróprias nas ações de campanha, devendo respeitar a sua lotação.