Patche Di Rima faz hino dos 50 anos do Paris Saint-Germain
22 de agosto de 2020Lançada oficialmente no site do clube francês esta quarta-feira (19.08), a música "On est là" ("Estamos aqui") do músico guineense Patche Có, conhecido no mundo da música por Patche Di Rima, é já "uma das mais vendidas no iTunes francês" e é um incentivo extra para os jogadores da equipa da capital francesa.
Em entrevista à DW África, o músico guineense mostrou-se satisfeito pelo feedback positivo que tem recebido, dedicou "esta vitória" à sua esposa e família e agradeceu todo o apoio ao povo da Guiné-Bissau que, diz, "sempre o apoiou e acompanhou".
DW África: Como surgiu o convite para fazer o hino dos 50 anos do Paris Saint-Germain?
Tudo começou num encontro casual com o meu atual manager Dwen Correa, que é também estilista do PSG há dez anos. Mudei-me para Paris há oito meses e apaixonei-me pela cidade, e nesse sentido, disse-lhe que tinha tido a ideia de fazer uma música sobre a cidade. E ele sugeriu que seria melhor eu fazer uma música para o clube, que este ano celebrava os seus 50 anos. E foi assim, eu enviei a música e o que aconteceu é que ela caiu na graça do diretor de marketing e também de toda a equipa e direção. Inicialmente, e por causa da pandemia, Paris queria usar o refrão da música para acalmar a população e os fãs, porque o refrão é "On et là" (Estamos aqui para vocês, nunca vos vamos abandonar"). Depois esta ideia acabou por não ter efeito. E mais para a frente, o clube pediu-me para a música ser a oficial dos 50 anos.
E acaba por ser lançada como comemoração da passagem da equipa à final da Liga dos Campeões…
Exatamente. Como eles jogaram no dia 12, que era o dia da celebração dos 50 anos, comemoraram logo com a música. Foi uma combinação perfeita - a passagem para a final da Champions, que é histórica, e a celebração dos 50 anos. Foi um casamento perfeito.
DW África: Como é que a música está a ser recebida em Paris ?
O balanço é positivo. Em menos de 48 horas já está no top das músicas mais vendidas do iTunes em França. É algo que me dá satisfação. Enquanto autor e compositor da música, sinto-me honrado de poder também fazer parte da história deste grande clube e de associar o nome da Guiné-Bissau, o meu nome e o do meu manager [a este projeto].
DW África: E como é que está a reagir a comunidade guineense? Está orgulhosa?
Claro, eu recebi mensagens no Instagram, Twitter e no Facebook, a parabenizar. Tenho de dizer obrigado ao meu povo, que sempre me apoiou e me acompanhou. O suporte do meu país para mim é extremamente importante, por isso também estou orgulhoso de poder contribuir e dar a conhecer o nome da Guiné-Bissau ao mundo inteiro.
DW África: Podemos dizer, portanto, que este é um ponto alto da sua carreira..
Isto orgulha-me bastante. A minha trajetória tem sido uma trajetória de muita maratona e é um ponto alto sim. Porque juntar a produção e distribuição da Universal Music de França, um dos estilistas mais conceituados na moda parisiense, o próprio clube PSG e a dimensão que tem… eu acabo de chegar a Paris… Foi um desafio grande, mas estou muito orgulhoso, e também de dar a conhecer o meu país num contexto musical.
DW África: Quais os projetos futuros?
A pandemia estragou tudo, mas eu estou a trabalhar, porque quando isto passar, o público está à nossa espera. Vai sair um álbum com a Universal. Depois deste single ter saído, estamos focados no álbum, que terá uma visão mundial.