Pelo menos 16 pessoas morreram em ataque na RDC
23 de setembro de 2018Um médico do hospital local relatou este domingo (23.09) ter visto 16 mortos, "incluindo 12 civis e quatro soldados ou rebeldes". Oito pessoas ficaram feridas, das quais cinco civis, no ataque ocorrido no sábado (22.09).
A região de Beni está sitiada pela Frente Democrática Aliada (ADF), um grupo rebelde islamita acusado de centenas de mortes de civis nos últimos quatro anos.
Trabalhadores humanitários estrangeiros estão estacionados em Beni, na província de Kivu do Norte, perto da fronteira com o Uganda, desde o início de agosto para lidar com um novo surto de ébola na região.
"O ataque surpresa aconteceu nas ruas da cidade de Beni", disse o médico à agência AFP.
Fogo pesado e leve foi ouvido por várias horas até depois da meia-noite, horário local. Não se sabia se o exército contra-atacava.
Os rebeldes atingiram áreas próximas ao centro comercial de várias centenas de milhares de habitantes.
A ADF é uma milícia criada inicialmente por rebeldes muçulmanos para se opor ao Presidente ugandês Yoweri Museveni, mas também opera na RDC.
O grupo está no leste do país desde 1995 e é acusado pela ONU e pelas autoridades congolesas de cometer uma série de massacres civis desde 2014.
No entanto, em 2015, o Grupo de Estudos da Universidade de Nova York no Congo disse que não apenas o ADF estaria por trás dos assassinatos e que outros elementos armados, incluindo membros do Exército congolês, também eram os culpados.
O Kivu do Norte, uma das áreas mais populosas da RDC, abriga vários grupos armados que matam ou sequestram civis.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que existam cinco milhões de deslocados congoleses, 75.000 nos países vizinhos e 4,3 milhões no interior do país.
Além da violência, a província de Kivu do Norte, juntamente com a vizinha Ituri, sofre há várias semanas um surto de ébola, que já deixou 99 mortes prováveis - das quais 68 foram confirmados laboratorialmente - em 147 casos.