Pelo menos 30 mortos em confrontos no Darfur
25 de maio de 2024A Sala de Emergências de Al-Fashir disse este sábado (25.05) em comunicado, citado pela EFE, que nas últimas 24 horas 30 pessoas morreram e outras 64 ficaram feridas, na sua maioria mulheres e crianças, na capital do estado de Darfur Norte, após um crescendo da violência nos bairros residenciais e acampamentos de deslocados na cidade e arredores.
Um dos ataques teve como objetivo a mesquita de Khatam al-Anbiya, onde um menino ficou gravemente ferido durante a oração de sexta-feira -- o dia sagrado dos muçulmanos -- acabando por morrer no Hospital Sul de Al-Fashir, o principal da localidade e um dos poucos que continua a funcionar.
Fontes do Crescente Vermelho sudanês no Darfur Norte indicaram hoje à EFE que os confrontos continuaram hoje com grande intensidade, decorrendo sobretudo em bairros residenciais, refúgios e instalações civis.
Ahmed Hussein, porta-voz das Forças Conjuntas - compostas pelo Exército e por grupos tribais aliados - disse em comunicado que nas últimas duas semanas conseguiram "esmagar" os combatentes das Forças de Apoio Rápido (FAR) que tentam conquistar Al-Fashir há meses, ainda que admitindo que o cerco ainda não terminou.
De acordo com o porta-voz, os paramilitares estão a tentar entrar na cidade, enquanto a cercam e usam "armas pesadas" contra ela.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou que os confrontos dos últimos dias tiveram lugar no acampamento de deslocados de Abu Shouk, no norte de Al-Fashir, assim como no bairro de Al Salam e em zonas do sudeste da cidade, provocando o deslocamento de pelo menos 400 famílias.
"Além disso, sete casas foram queimadas e outras 15 foram parcialmente destruídas pelos confrontos", acrescentou a agência das Nações Unidas, que indicou que mais de 1.500 famílias abandonaram as suas casas em Al-Fashir até ao dia de hoje.
Após duas semanas de cerco incessante das FAR, pelo menos 85 pessoas morreram e outras 700 ficaram feridas, segundo a ONU, que alertou por diversas vezes para a deterioração a passos largos da situação humanitária de mais de 800 mil deslocados em Al-Fashir.