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CriminalidadeMoçambique

Polícia investiga homicídio em salão de beleza de Maputo

13 de janeiro de 2023

Mulher de cerca de 60 anos foi baleada mortalmente na quinta-feira (12.01) num salão de beleza em Maputo. Polícia da República de Moçambique e Serviço Nacional de Investigação Criminal apuram contornos do crime.

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Foto: DW/L. da Conceição

Homens armados entraram na quinta-feira (12.01) num salão de beleza, na capital moçambicana, e dispararam contra uma mulher de 60 anos. 

"Um dos criminosos, que portava uma arma de fogo do tipo pistola, introduziu-se neste salão e efetuou na ocasião três disparos, alguns atingiram a cabeça desta senhora, o que foi determinante para a morte naquele local", disse Leonel Muchina, porta-voz da corporação de Maputo da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Segundo a mesma fonte policial, a vítima estava a ser seguida pelos criminosos. 

Imagens partilhadas

Várias imagens do crime foram divulgadas nas redes sociais. Alguns cidadãos especulam que se tenha tratado de um ajuste de contas na esteira da onda de raptos na cidade de Maputo. Mas a polícia não entra em conjeturas.

"Pensamos que, a esta altura, os homens operativos com competência necessária estão no terreno. Já está efetivamente em curso a busca de qualquer outra pista que seja conducente ao esclarecimento deste caso", adiantou Leonel Muchina.

"Nós trabalhamos com informações oficiais e institucionais e é esta informação que decidimos partilhar. A partir da confirmação deste crime, o trabalho subsequente é aquele a que fiz menção: envidar esforços para o seu esclarecimento", acrescentou.

Mosambik | Hafen in Maputo
Cidade de Maputo tem sido palco de raptos e crimes violentos nos últimos anosFoto: Jacek Sopotnicki/imagebroker/IMAGO

A PRM e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) dizem estar a trabalhar em conjunto para esclarecer o caso. 

"Vamos socorrer-nos naturalmente pelas evidências que são as câmaras de videovigilância, que estão à volta deste salão, que têm uma imagem privilegiada em relação a este ponto", esclareceu ainda Leonel Muchina.

Atacantes a monte

Segundo uma testemunha ocular, depois de dispararem contra a mulher, os homens armados abandonaram o local "como se nada tivesse acontecido". 

"Deram dois tiros, um na nuca e um no peito, e ela morreu ali. Eles saíram, foram embora do salão nas calmas. Entraram no carro e foram-se embora", relatou a testemunha que não se quis identificar.

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PGR alertou no ano passado para o envolvimento de agentes da autoridade na onda de sequestros em MoçambiqueFoto: DW/Luciano da Conceição

Já esta semana, a ministra do Interior moçambicana, Arsénia Massingue, desafiou o SERNIC a criar um centro de formação para reforçar o combate ao crime organizado. "Para, por si, moldar os quadros do setor aos desafios do momento", justificou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique alertou em março de 2022 para a "infiltração de criminosos" na polícia.

O SERNIC admite mesmo o envolvimento de funcionários de órgãos da administração da justiça na onda de raptos que afeta Maputo há vários anos. Vários agentes da autoridade foram já acusados do envolvimento em crimes de sequestro e extorsão.

No entanto, a ministra apelou à vigilância contínua: "Saudamos e encorajamos os esforços empreendidos pela nova direção do SERNIC na implementação de medidas com vista à purificação das fileiras".

"Esta deve ser uma ação permanente cada vez mais acutilante para que o crime organizado não logre infiltrar-se no seio dos agentes do SERNIC", asseverou.

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