População do Niassa preocupada com novos ataques
7 de dezembro de 2021Mais de quinhentas pessoas - crianças, jovens e adultos - abandonaram as suas residências em busca de abrigo nas escolas no distrito de Mecula, província do Niassa. As localidades de Matage, Laulala e posto administrativo de Gomba encontram-se vazias devido aos recentes ataques, incluindo sequestros e destruição de casas, alegadamente levados a cabo por insurgentes vindos de Cabo Delgado.
Com a população a refugiar-se no distrito de Mecula, temendo novas investidas, o Instituto Nacional de Gestão e Risco de Desastres criou mecanismos para amparar as famílias necessitadas. O INGD está a distribuir tendas, kits de abrigo, produtos alimentares e de higiene, segundo o delegado Friday João. "Estamos a fazer rastreio e acomodação das famílias, porque antigamente as famílias estavam acomodadas em salas de aulas, estamos a esticar tendas para acomodação das famílias e estamos também a fazer contagem e agrupamento em agregados. Vamos também fazer distribuição de víveres para garantir a alimentação das famílias para os próximos 30 dias."
Refugiados pedem ajuda às autoridades
Um dos refugiados, de nome Samuel Carlos, lança um apelo às autoridades, temendo que os ataques continuem a desabrigar mais famílias: "Estamos a pedir ao Governo para que continue a proteger-nos, porque já morreram demasiados irmãos nossos em Cabo Delgado. Quero agradecer por tudo que estão a fazer pelas famílias aqui: temos, comida, mantas, tendas e muitas outras coisas", disse Samuel Carlos à DW África.
O administrador do distrito de Mecula, António Joaquim, garante, entretanto, que os ataques dos insurgentes estão a ser controlados pelas forças de segurança.
"Estamos a levar a vida de forma normal. A única coisa anormal é o facto de as pessoas terem fugido das suas localidades, devido ao pânico, e agora estarem aqui na vila", afirma o administrador, assegurando que as autoridades estão a "gerir os deslocados internos". António Joaquim sublinha: "As forças de segurança estão no terreno a fazer o seu trabalho e nós, como gestores, estamos a gerir essa situação."