PR italiano elogia cooperação "preciosa" em Moçambique
5 de julho de 2022O Presidente de Itália, Sergio Mattarella, elogiou a cooperação energética entre os dois países durante a visita desta terça-feira (05.07), que se antecipou à abertura de um projeto de gás offshore gerido pela empresa de energia italiana Eni, no norte de Moçambique, atingido pelo terrorismo.
"O início da exportação de gás natural liquefeito da fábrica Coral-Sul, gerida pela Eni, é um marco importante que testemunha o quão preciosa é a nossa colaboração", disse Mattarella numa conferência de imprensa em Maputo, de acordo com um nota publicada no website da Presidência italiana.
A Coral-Sul, a primeira plataforma flutuante de gás natural liquefeito (GNL) implantada em águas profundas ao largo de África, chegou a Moçambique no início de janeiro. Uma vez operacional, pode produzir 3,4 milhões de toneladas de GNL por ano.
Primeira carga no segundo semestre
No mês passado, com o início da extração, Eni disse que a plataforma estava "pronta para atingir a sua primeira carga de GNL" no segundo semestre de 2022, apesar da ameaça terrorista no norte moçambicano.
A invasão russa da Ucrânia injetou urgência nos esforços em todo o mundo para desenvolver novas fontes de energia à medida que os países ocidentais tentam reduzir a sua dependência do gás russo.
A Itália, um dos maiores consumidores europeus de gás natural, intensificou os contactos diplomáticos para assegurar abastecimentos alternativos nos últimos meses.
Apoio a Cabo Delgado
O chefe de Estado da Itália, Sergio Mattarela, manifestou hoje, em Maputo, o compromisso do seu país no apoio às populações afetadas pelo conflito armado na província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.
"Pensando sobretudo na população de Cabo Delgado, que está a ser vítima e a abandonar as suas regiões de origem, temos o dever de acompanhá-la", declarou o Presidente italiano.
O chefe de Estado italiano garante que o seu país continuará a ajudar Moçambique a enfrentar o extremismo violento, destacando o compromisso da Itália no quadro do apoio da União Europeia à reconstrução da região afetada e na formação das forças moçambicanas para fazerem face à insurgência.
No total, a União Europeia (UE) pretende aplicar 65 milhões de euros este ano para projetos de desenvolvimento no norte de Moçambique, incluindo a região afetada pelo terrorismo, um pacote que faz parte de um apoio mais vasto ao desenvolvimento de Moçambique para o período 2021-2027, estimado em, pelo menos, 428 milhões de euros para os primeiros quatro anos.