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Empresas moçambicanas mais competitivas?

Lusa | ar
10 de agosto de 2018

Filipe Nyusi, desafiou empresas moçambicanas a serem mais competitivas para aproveitar a exploração do gás na Bacia do Rovuma.

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Schiffsplattform Saipem 10K
Foto: ENI East

O Presidente moçambicano, ao desafiar hoje (10.08) as pequenas e médias empresas do país a serem mais competitivas para aproveitar a exploração do gás na Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, deixou claro que o Governo não vai adotar políticas protecionistas.

"O melhor aproveitamento das oportunidades locais não deve ser feito através de políticas protecionistas, que não capacitem e preparem as empresas nacionais. Entendemos que tal atitude não favorece o surgimento de uma indústria saudável", disse Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante um seminário sobre oportunidades locais na exploração de gás natural na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, uma iniciativa promovida pelo Governo moçambicano e a multinacional Anadarko.

Reforço de qualificações técnicas e profissionaisPara Nyusi, as pequenas e médias empresas moçambicanas devem apostar em reforçar as suas qualificações técnicas e profissionais, garantindo padrões internacionais nas suas atividades, como forma de criar um tecido económico sustentável.

Mosambik Trauerfeier Afonso Dhlakama in Beira
Filipe NyusiFoto: DW/A. Sebastiao

"Entendemos que só apostando na oferta de oportunidades justas poderemos, a médio e longo prazo, atingir uma participação significativa da indústria local com aptidão de ombrear como provedores de bens e serviços de outros países", afirmou.

Segundo Filipe Nyusi, o Governo moçambicano tem como uma prioridade garantir a robustez do empresariado moçambicano para aproveitar as oportunidades que advêm da indústria extrativa, mas este processo deve ser pensado a longo prazo.

"[A indústria extrativa] é rentável, mas de forma bastante lenta", avisou o chefe de Estado moçambicano, acrescentando que é necessário que se saiba investir para aproveitar a exploração dos recursos minerais no país.

A maldição dos recursos

A união entre os moçambicanos é vista pelo Presidente moçambicano como condição para que o país aproveite os benefícios da exploração, evitando a "maldição dos recursos minerais".A aposta na juventude é apontada pelo chefe de Estado moçambicano como fundamental na exploração do gás na Bacia do Rovuma, uma estratégia que vai garantir que o país passe a ter mão de obra capacitada na área.

Schiffsplattform Saipem
Bacia do RovumaFoto: ENI East

"É de congratular o facto de estarem a desenvolver projetos com instituições de ensino moçambicanas nestas áreas", observou o chefe de Estado moçambicano, que prevê uma "explosão da economia" moçambicana com a exploração das reservas de gás natural que o país possui.

O plano de desenvolvimento da Anadarko para exploração de Gás Natural Moçambique, que já foi aprovado pelo Governo, comporta um investimento de 30 mil milhões de dólares (mais de 26 mil milhões de euros), podendo gerar para o Estado no geral perto de 52 mil milhões de dólares (mais de 45 mil milhões de euros), em receitas médias de 2.1 mil milhões de meticais por ano a partir de 2025, segundo dados oficiais.

Um dos maiores investimentosA Anadarko, que já emprega perto de dois mil moçambicanos na fase inicial do projeto, lidera o grupo de empresas que vai explorar o gás natural encontrado nas profundezas da crosta terrestre, sob o fundo do mar, na designada Área 1, 40 quilómetros ao largo da província de Cabo Delgado, extremo norte de Moçambique - na fronteira com a Tanzânia.

Strand in Mosambik - Anadarko
Foto: DW/Estácio Valoi

O investimento, um dos maiores de sempre em Moçambique, ainda não tem data para avançar, mas o consórcio está a realizar diversos trabalhos associados para que, logo que haja decisão final de investimento, prevista para o primeiro trimestre de 2019, a construção avance rapidamente.

Depois de extraído, através de perfurações, o gás será encaminhado por gasodutos para a zona industrial a construir em terra, na península de Afungi, onde será transformado em líquido e conduzido para navios cargueiros com contentores especiais para exportação.