Praças de Maputo: Entre o requinte e a degradação
Em Maputo, são várias as praças que homenageiam episódios e figuras marcantes da história de Moçambique. Entre os exemplos estão a Praça da Independência e a Praça dos Combatentes. Mas nem todas estão em boas condições.
Praça da Independência
A praça da Independência é uma das mais bem tratadas da cidade. Acolhe, frequentemente, espectáculos musicais. Entretanto, muitas praças da capital moçambicana são utilizadas pelos munícipes como local de passagem para encurtar distâncias, o que acaba por as degradar. Também sapateiros e lavadores de carros utilizam estas praças para exercer os seus ofícios, ofuscando a beleza destes lugares.
Praça dos Combatentes
Foi construída em homenagem aos antigos combatentes da luta pela independência. Localiza-se num dos maiores mercados informais da capital, vulgo Xikheleni (que significa cova). A Praça dos Combatentes já foi requalificada por duas vezes, estando atualmente de novo em obras. No local está a ser erguido um mural com o nome de todos os combatentes.
Praça dos Heróis Moçambicanos
Localizada na zona do Aeroporto de Maputo, esta é a praça onde jazem os restos mortais dos heróis moçambicanos, também combatentes da luta pela independência, nomeadamente, Eduardo Mondlane, Samora Machel e Filipe Samuel Magaia. É um local onde todas as datas históricas são motivo para a deposição de uma coroa de flores.
Praça Filipe Samuel Magaia
Nesta praça foi erguida a estátua de Filipe Samuel Magaia, o pensador da luta pela independência, que morreu em plena guerra, em outubro de 1966, em circunstâncias ainda não esclarecidas. A praça foi inaugurada em 2017, mas, dada a sua localização, no terminal rodoviário interprovincial, corre o risco de ser tomada pelos ambulantes, o que pode comprometer a sua beleza e infraestrutura.
Praça da OMM
Foi designada Praça da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), com o objetivo de reconhecer os feitos da mulher no país. Na imagem, ao fundo, pode ver-se a estátua de uma mulher com uma criança ao colo. É uma das praças com mais requinte da cidade.
Praça do Destacamento Feminino
O nome desta praça pretende homenagear o papel da mulher na luta armada. O Destacamento Feminino foi uma unidade que surgiu no segundo congresso da FRELIMO, realizado em Matchedje, no Niassa, em 1968. Devido à sua localização, próximo à residência onde viveu Afonso Dlhakama, esta praça é vulgarmente conhecida como Maríngué. A praça localiza-se também perto da Presidência da República.
Praça Robert Mugabe
Líder zimbabueano durante 37 anos, amigo da FRELIMO e de Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique independente, Robert Mugabe é uma das personalidades homenageadas nas ruas da capital moçambicana. Esta praça localiza-se na marginal, junto à antiga Facim (Feira Internacional de Moçambique). Longe das atenções dos vendedores ambulantes, o local tem-se mantido preservado.
Praça 25 de Junho
É uma das mais espaçosas praças da capital, mas também das que mais sofre com a pressão dos vendedores ambulantes. Pretende lembrar o dia da Independência de Moçambique, proclamada em 1975. Localizada perto da baía de Maputo, esta é a praça de eleição de muitos moçambicanos que procuram descansar, por causa do ar fresco que se faz sentir.
Praça 16 de Junho
A Praça 16 de Junho é uma das mais antigas da capital, no entanto, encontra-se abandonada. Localizada na parte ocidental de Maputo, junto ao mercado Nwankakana, de onde parte a ponte Maputo-Katembe, esta praça é conhecida por causa do número elevado de acidentes rodoviários, especialmentem em dias de chuva. Espera-se que a nova ponte Maputo-Katembe traga vida à praça.
Praça dos Trabalhadores
Dispensa qualquer apresentação. É uma das referências da capital, muito turística, por causa da sua estátua: uma mulher com uma cobra na mão. O monumento foi erguido em homenagem às vítimas e combatentes da Primeira Guerra Mundial. Esta é também uma das praças tomadas pelos lavadores de carros.
Praça 21 de Outubro
A Praça 21 de Outubro limita três bairros históricos: Mafalala, Alto-Maé e Minkadjuine. Apesar dos esforços do munícipio para manter a sua beleza, esta praça foi também tomada de assalto, desta vez pelos "sem-abrigo" que dormem no local, deixando vestígios. O nome, 21 de Outubro, lembra o dia em que, em 1974, se iniciaram os distúrbios na capital e subúrbios da então cidade de Lourenço Marques.