Comissão Política da FRELIMO vai propor lista de candidatos
15 de fevereiro de 2024"É o Comité Central" que vai eleger o candidato da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) às eleições presidenciais de 9 de outubro, afirmou Ludmila Maguni, em entrevista à Lusa.
"A nível do Comité Central será escolhido o candidato final, a Comissão Política, como fez no passado, endossa nomes", disse Maguni.
Sobre as datas em que será conhecido o futuro candidato do partido no poder à Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado moçambicano, a porta-voz da Frelimo referiu que cabe à Comissão Política marcar e anunciar a próxima sessão do CC.
"Seria bastante difícil, neste momento, dizer como é que será este processo, mas penso que a própria Comissão Política, depois de se reunir, poderá dizer quais serão os caminhos", sublinhou.
"O mais importante não é de onde vem"
Em relação ao debate sobre se o próximo candidato da FRELIMO deve ser da região centro, uma vez que o partido já teve líderes do sul e do norte de Moçambique, Ludmila Maguni frisou que a origem geográfica não tem peso nessa escolha: "O mais importante não é de onde vem o candidato, o mais importante é ter o melhor candidato, esse é o critério que vamos usar, ter um candidato que irá corresponder àquelas que são as questões do país".
"Estamos à procura, dentro dos 9,5 milhões de membros da FRELIMO, do melhor candidato", reforçou.
O nome que a FRELIMO vai indicar para as próximas eleições presidenciais, prosseguiu, deve ser consensual entre os membros do partido e com capacidade para implementar uma agenda de desenvolvimento e apontar soluções para os desafios que o país enfrenta.
"Iremos garantir que venha um candidato que possa corresponder e continuar o trabalho que o Presidente [da República] Filipe Jacinto Nyusi já começou, pensamos nós que é um candidato que irá dar continuidade, mas olhando para o país como um todo", referiu.
A responsável acrescentou que se o próximo chefe de Estado e de Governo continuar a ser eleito pela FRELIMO, deverá concentrar a sua ação no desenvolvimento de infraestruturas sociais e económicas e no "combate ao terrorismo" na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Ludmila Maguni realçou que o atual Presidente da República dirigiu o país em circunstâncias difíceis, como as calamidades naturais, Covid-19 e ataques terroristas em Cabo Delgado, mas conseguiu ganhos ao nível de infraestruturas na saúde, educação, justiça, energia e abastecimento de água.
Eleição "participativa e democrática"
A porta-voz defendeu que a eleição interna do futuro candidato às presidenciais será participativa, democrática e com responsabilidade, tendo em conta a importância do partido na vida do país.
Maguni considerou normal as críticas públicas de importantes membros do partido à governação de Filipe Nyusi e ao modo controverso como a força política no poder ganhou as eleições autárquicas de 11 de outubro, defendendo que as divergências de opinião na organização acentuam-se em período de transição na liderança.
"Quando estamos sempre à porta de um processo eleitoral [interno], principalmente quando é mudança, costumamos ter estas questões, em que são levantadas diferentes vozes", ressalvou.
Moçambique vai realizar em 9 de outubro próximo as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais. As candidaturas a Presidente da República têm de dar entrada no Conselho Constitucional até 10 de junho.