Presidenciais em Cabo Verde: Quem são os candidatos?
Cabo Verde vai às urnas no domingo (17.10) para eleger o novo Presidente da República. Sete candidatos estão na corrida ao Palácio do Platô. Conheça, nesta galeria, as propostas que têm marcado a campanha eleitoral.
Arranque da campanha
As ilhas cabo-verdianas vivem, desde 30 de setembro, um intenso clima de campanha eleitoral. No domingo (17.10), os cidadão vão às urnas para eleger o novo Presidente da República, que irá suceder a Jorge Carlos Fonseca. São sete os candidatos, a maioria independentes, que concorrem em dois círculos eleitorais, nacional e diáspora, ao Palácio do Platô. Algo inédito no país.
"Novos tempos, novos líderes"
Hélio Sanches aponta a segurança e a justiça como algumas das suas prioridades, caso seja eleito. Afirma que será um Presidente atento às desigualdades sociais existentes em Cabo Verde e que trabalhará para um país mais justo. Ao nível externo, o candidato cujo lema de campanha é "Novos tempos, novos líderes", defende a plena integração do país na CEDEAO.
Equilíbrio
O antigo primeiro-ministro José Maria Neves, que líderou o país de 2001 a 2016, quer chegar agora ao Palácio Presidencial. Diz que, se for eleito, a sua grande prioridade será ajudar Cabo Verde a recuperar da crise causada pela pandemia. Pede equilíbrio e promete trabalhar em cooperação com o Governo. Garante que será um árbitro imparcial do jogo político.
Terceira tentativa
É a terceira vez que Carlos Veiga concorre às eleições presidenciais. Nas anteriores, em 2001 e 2006, ficou pelo caminho. Mas, desta vez, está confiante e já canta vitória. Afirma que será um Presidente cumpridor da Constituição, independente e defensor dos interesses e direitos do povo. Quer também ajudar o país a superar a crise provocada pela pandemia.
Regime presidencialista em Cabo Verde?
O candidato Gilson Alves defende "poder absoluto" para o Presidente da República e propõe um regime presidencialista em Cabo Verde. Caso for eleito, diz que vai fazer uma revisão constitucional. Promete ser um presidente "forte" e "autoritário", que consegue responder às preocupações dos cabo-verdianos.
"Cumprir a Constituição"
Casimiro de Pina tem a justiça como um dos pilares da sua campanha e promete "Cumprir a Constituição". Se for eleito Presidente, diz que vai lutar para que o setor da justiça seja mais célere e responsável. Garante que irá exercer a magistratura de influência e estar atento aos problemas que afetam os cabo-verdianos.
De novo na estrada
Joaquim Monteiro é o candidato mais velho na corrida presidencial. Está novamente na estrada para cumprir a sua terceira maratona em direção ao Palácio do Platô. Ele considera que o país está à deriva. Por isso, em caso de vitória, disse que vai "planificar", "programar" e "unir" Cabo Verde.
Mais poderes para o Presidente
Reforçar a democracia e obrigar o Governo a respeitar os direitos dos cidadãos são algumas das promessas do candidato Fernando Delgado. O engenheiro naval crítica o estado atual do país, sobretudo ao nível da justiça e segurança. Fernando Delgado defende a revisão urgente da Constituição e mais poderes para o Presidente da República, particularmente ao nível judicial.
Apoio partidário
Das sete candidaturas, apenas duas têm apoio partidário: Carlos Veiga, que já foi primeiro-ministro (de 1991 a 2000), é apoiado pelo partido no poder, o MPD, e pela UCID; e José Maria Neves, também antigo primeiro-ministro (de 2001 a 2016), apoiado pela oposição, o PAICV. Recentemente, este último recebeu apoio de Cláudio Silva, que liderou o PTS nas legislativas de abril último.
Propostas com pés de barro?
Vários candidatos têm feito propostas que, em termos práticos, são impossíveis de concretizar, tendo em conta o poder "limitado" do Presidente da República em Cabo Verde. Estas propostas são vistas por alguns analistas como uma tentativa de confundir o eleitorado, levando-o ao engano.
Uso de recursos de Estado nas campanhas?
Alguns candidatos têm denunciado o uso de recursos públicos por parte da candidatura de Carlos Veiga, apoiada pelo partido que sustenta o Governo, o MPD. Outros cidadãos têm reclamado nas redes sociais contra a presença de viaturas do Estado, bem como ministros em ações de campanha eleitoral. Entretanto, o candidato em causa refuta as acusações.