Presidente chadiano faz visita histórica a Israel
25 de novembro de 2018A viagem deste domingo não havia sido anunciada e foi considerada por muitos como uma "visita surpresa".
A viagem de Deby a Israel foi o culminar de "múltiplos esforços diplomáticos ", afirmou a declaração israelense.
Netanyahu saudou a visita de Deby como “histórica“ e declarou considera-la "um avanço diplomático adicional" para seu país, em comunicado.
O Chade, um país de maioria muçulmana, rompeu relações diplomáticas com Israel em 1972.
Diplomacia israelense
O líder israelense tem estado a trabalhar para fortalecer as relações com vários países africanos desde 2016, incluindo o Quénia, o Uganda, o Ruanda e a Etiópia.
No Quénia, ele anunciou que Israel queria ajudar África na luta contra o terrorismo, compartilhando inteligência.
Em entrevista à DW, am abril deste ano, o responsável pelo departamento africano no Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Yoram Elron, apontou várias razões por trás destes esforços diplomáticos: "O motivo pelo qual África está a ganhar tanta relevância na nossa política externa é a sua crescente importância económica e política. A outra componente é a instabilidade nos países do norte de África e as suas ramificações no continente, direta ou indiretamente."
Mais recentemente, Netanyahu também empenhou-se para estabelecer laços com os Estados árabes.
Foco na Segurança
O Chade é um dos vários Estados da África Ocidental envolvidos em operações apoiadas pelo Ocidente contra o grupo terrorista Boko Haram e os jihadistas do Estado Islâmico.
No início deste mês, os Estados Unidos doaram veículos militares e barcos no valor de 1,3 de dólares ao Chade, como parte da campanha contra a militância islâmica no país, na vizinha Nigéria e na região do Sahel.
Duas fontes do Governo de N'Djamena confirmaram a viagem de Deby à Reuters.
"A visita tem foco na segurança", disse uma das fontes, acrescentando que Israel forneceu armas e outros equipamentos ao exército do Chade este ano para ajudar na sua luta contra os rebeldes do norte do país.
Em julho de 2016, Deby recebeu o então diretor do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dore Gold, para conversas exploratórias sobre a melhoria das relações bilaterais.
Gold disse à Rádio Israel este domingo que seus anfitriões chadianos lhe disseram que haviam cortado os laços 44 anos antes sob pressão da Líbia, um fator removido com a derrubada de Muammar al-Gaddafi em 2011.
Deby governa o Chade com mãos de ferro desde 1991.
O Chade, com uma população de cerca de 14 milhões de pessoas, está entre os três países mais pobres do mundo, segundo dados da ONU.