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Presidente chinês visita Rússia e encontra-se com Putin

DW (Deutsche Welle) | tms | com agências
20 de março de 2023

O Presidente da China, Xi Jinping, inicia esta segunda-feira uma visita oficial de três dias à Rússia. Pequim caracteriza a viagem a Moscovo como "uma visita pela paz", com o objetivo de "melhorar a governação global".

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Foto: Alexei Druzhinin/AP/picture alliance

Ainda hoje, o líder chinês vai ter um encontro "cara a cara” com o homólogo russo, Vladimir Putin. E na terça-feira (21.03), segundo o Kremlin, será o "dia das negociações” e em que os dois líderes vão dar uma conferência de imprensa.

Analistas acreditam que a China vai buscar desempenhar um papel de "pacificadora global", no âmbito da guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que vai procurar reforçar os laços com Moscovo.

Antes da chegada de Xi Jinping à Rússia, o Presidente Vladimir Putin saudou o que chamou de "vontade da China de desempenhar um papel construtivo na resolução” do conflito na Ucrânia e disse que Moscovo "está aberta à resolução da crise por meios político-diplomáticos”.

Putin também elogiou os laços entre os dois países, dizendo que "as relações russo-chinesas atingiram o ponto mais alto da história e continuam a reforçar-se". As declarações constam num artigo escrito para um jornal chinês e publicado pelo Kremlin no domingo (19.03).

Os dois líderes reuniram-se pela última vez em setembro do ano passado, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, no Uzbequistão. Na altura, a China expressou preocupação em relação à guerra na Ucrânia, mas manteve-se neutra.

Pequim recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia, mas condenou a imposição de sanções a Moscovo e acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas", ao fornecer armas à Ucrânia.

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China pode mediar conflito?

Será que a China vai ser uma mediadora neste conflito? O investigador do Conselho de Relações Exteriores de Washington, Charles Kupchan, acredita que é possível, mas há ressalvas. "Acho que Xi Jinping tem um incentivo para ser visto como um agente de poder e envolver-se mais na guerra da Ucrânia como um pacificador. Se vai arriscar fazer isso e realmente ter sucesso, ainda não se sabe", diz.

Na opinião do analista, a China poderá ajudar a pôr fim à guerra na Ucrânia através do diálogo com a Rússia. "Se quisermos chegar a algum avanço significativo e a uma mudança do campo de batalha para a mesa de negociações, isso não virá da China, mas de uma iniciativa direta que envolve os principais atores, como os EUA e seus aliados, a Ucrânia e a Rússia. A China pode ajudar, principalmente, dando uma força a Putin e pressionando a Rússia a tentar pôr fim a esta guerra", argumenta.

Esta é a primeira visita internacional de Xi Jinping desde que foi reconduzido à presidência chinesa. Para a investigadora Andrea Kendall-Taylor, do Centro para a uma Nova Segurança Americana, a viagem é uma mensagem direta ao Ocidente.

"A ida de Xi Jinping a Moscovo neste momento constitui um sinal realmente importante do seu apoio contínuo a Putin", lembra. "E, claro, pretende mostrar aos Estados Unidos em particular que estes dois países estão alinhados, que têm esta profunda parceria e que estão em oposição aos Estados Unidos, que estão juntos contra a influência norte-americana e ocidental, que consideram limitar o seu poder na cena internacional".

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