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Presidente da Guiné-Bissau diz sim à prorrogação do Parlamento

13 de novembro de 2012

O Presidente de Transição da Guiné-Bissau defende que o mandato da Assembleia deve ser prorrogado até o fim do período de transição. Isso contraria a posição dos militares e partidos signatários do Pacto de Transição.

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Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição na Guiné-Bissau
Manuel Serifo Nhamadjo, Presidente de transição na Guiné-BissauFoto: picture-alliance/abaca

A atual legislatura da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau será prorrogada até à tomada de posse dos novos deputados saídos das eleições antecipadas marcadas para abril de 2013.

Assim sendo, caiu por terra a intenção manifestada pelos militares da ANP ser dissolvida, uma ideia que algumas correntes consideram "o melhor para o período de transição em curso no país".

Desde o golpe militar de 12 de abril passado, o Parlamento guineense nunca funcionou em pleno devido às cíclicas divergências entre os dois principais partidos, PAIGC, (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e PRS, Partido da Renovação Social.

 As formações não se entendem no que concerne à nova liderança para o hemiciclo guineense presidido por Ibraima Sory Djaló.

À luz do Pacto de Transição, firmado pela maioria dos partidos políticos e pelos militares autores do golpe de Estado último, o Presidente da transição, Serifo Nhamadjo, admite que com o fim da vigência da atual legislatura, o mandato do Parlamento pode ser prorrogado até as novas eleições.

Nhamadjo explica que a legislatura será prorrogada em função do pacto, até a tomada de posse dos novos parlamentares e na sequência acrescentou que "na ANP será ratificado aquele Pacto de Transição. Acredito que os debates que se seguirão serão muito frutuosos para o país."

Partidos Insatisfeitos
Por seu lado, o Fórum dos Partidos Políticos, que apoia o governo de transição, considera a inoperância da ANP, como desentendimentos friamente desenhados pelos deputados, assentes apenas na disputa de lugares pessoais e partidários.

Kumba Yala, líderdo PRS. O partido critica a presidência da ANP
Kumba Yala, líder do PRS. O partido critica a presidência da ANPFoto: picture-alliance/dpa

Artur Sanhá, antigo primeiro-ministro no governo do PRS, e atualmente presidente da Câmara Municipal de Bissau, lembrou que o mandato da ANP termina este mês, criando um vazio institucional que poderia pôr em causa todo o processo de transição: "O fórum assumirá as suas responsabilidades políticas contribuindo de forma decisiva para a busca de soluções para o vazio institucional resultante da caducidade da plenária da Assembleia."

Entretanto, no seu regresso de Abuja, Nigéria, onde participou na cimeira da CEDEAO, a Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (11.11), o Presidente de Transição, Serifo Nhamadjo, anunciou também a chegada para breve a Bissau de um novo contingente de militares nigerianos com a tarefa de reforçar a ECOMIB,( Missão da Comunidade dos Estados da África Ocidental), estacionada na capital guineense na sequência do golpe de Estado de abril.

Guiné-Bissau na defensiva
Serifo Nhamadjo deixou claro que se trata de um posicionamento defensivo: "São questões operativas, havendo ameaças é preciso que o sitema de defesa nacional tome precauções para que não haja surpresas desagradáveis."

Nos últimos dias, segundo a imprensa nacional, um grupo de mercenários estaria estacionado na região leste do país, o que motivou fortes movimentações militares nas regiões de Gabú e Bafatá, como também nas fronteiras terrestres da Guiné-Bissau com os países vizinhos.

Enquangto isso, o governo,  através do seu porta-voz, Fernando Vaz, prometeu " que logo que tivermos informações mais precisas, concisas e concretas sobre o assunto nós iremos torna-las públicas."

Recorde-se que a tensão na Guiné-Bissau aumentou após a tentativa de assalto ao quartel de Para-comandos a 21 de Outubro passado.

O governo de transição tem as suas forças em alerta. Há rumores da presença de mercenários no país
O governo de transição tem as suas forças em alerta. Há rumores da presença de mercenários no paísFoto: DW

Autor: Braima Darame (Bissau)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha


 

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