Presidente da Guiné-Bissau pede reforma financeira global
25 de setembro de 2024O Presidente da Guiné-Bissau defendeu hoje, na Assembleia Geral da ONU, uma reforma financeira internacional. No seu discurso na plenária, Umaro Sissoco Embaló aproveitou também para listar as "políticas públicas acertadas" que estão a ser concretizadas no seu país.
Sissoco Embaló afirmou, que num mundo em que "centenas de milhões de pessoas continuam a viver em extrema pobreza", tornou-se "mais urgente ainda implementar reformas na governação global económica e financeira para a tornar mais justa, inclusiva e equitativa".
O chefe de Estado guineense defendeu, por outro lado, alterações na representatividade africana nas Nações Unidas. Disse que, "oito décadas depois da fundação da ONU, [...] vivemos hoje num contexto mundial totalmente diferente" e insistiu no apelo à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, "que deve ter em conta os interesses de África".
Sissoco sublinhou, nesse sentido, a necessidade de se "reformar a arquitetura financeira internacional", de modo a se promover uma maior inclusão, nomeadamente, de África, "tendo em conta o papel do continente africano na economia mundial".
Políticas públicas "acertadas"
O Presidente guineense aproveitou a ocasião para apresentar os resultados, no seu país, de "políticas públicas", que considerou "acertadas".
E "apesar do impacto negativo da difícil situação económica e financeira", acrescentou que "a economia guineense continua a crescer".
No final de agosto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deu nota positiva do "empenho das autoridades [da Guiné-Bissau] numa série de reformas políticas difíceis que está a começar a dar alguns resultados", frisou. Sissoco estima que "o crescimento económico atinja 5% em 2024", alertando, contudo, para o facto de as perspetivas económicas continuarem "sujeitas a riscos significativos a curto prazo".
Umaro Sissoco Embaló afirmou que foram adotadas medidas que, "sendo difíceis, revelaram ser necessárias para impulsionar o setor privado e criar bases mais sólidas para uma economia dinâmica e inclusiva". O Presidente apresentou exemplos como a defesa de uma "maior participação das mulheres e jovens empreendedores" e investimento público em infraestruturas.
Por outro lado, Sissoco assegurou o seu empenho "na promoção do diálogo" para a "reconciliação nacional", a "consolidação da democracia e do Estado de Direito".
No seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Embaló declarou também "guerra” à corrupção e ao crime organizado.