Presidente de Angola realça estabilidade no último mandato
16 de agosto de 2017O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, classificou esta quarta-feira (16.08) o seu último mandato presidencial como "política e socialmente" estável, apesar da crise económica.
Segundo o chefe de Estado, a crise foi uma oportunidade para Angola se libertar da dependência excessiva do petróleo e para acelerar "o processo da diversificação da economia através do aumento da produção interna, da redução das importações, do fortalecimento do tecido empresarial nacional, da promoção e criação do emprego e da diversificação das fontes de receitas fiscais e de divisas."
A capacidade de, rapidamente, se encontrar soluções para ultrapassar os problemas mais prementes e de adaptação às contingências dos contextos internos e externos foi um dos traços fundamentais que caraterizaram o mandato do atual Governo, considerou José Eduardo dos Santos.
O Presidente falou aos jornalistas no final de uma reunião do Conselho de Ministros que decorreu no Palácio Presidencial, na capital Luanda - a última antes das eleições gerais de 23 de agosto.
José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979 e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), não se recandidata a um novo mandato.
As próximas eleições são a prova de que "as sementes lançadas à terra estão a germinar e de que o povo angolano vai, de certeza, colher bons frutos, a médio prazo", afirmou dos Santos. "Agradeço penhoradamente a todos os que tornaram possível esta grandiosa obra de edificação de um país que pretendemos que seja moderno, próspero e forte", acrescentou.
Reações
Mas para o ativista Guilherme Chimbanda, em Luanda, o balanço da Presidência de José Eduardo dos Santos é diferente. "A pobreza cresceu num tom significativo, os ricos em Angola são pouquíssimos, mesmo aqueles que fazem algum negócio, para sobressaírem, têm de usar a bandeira do partido", diz Chimbanda.
O jurista Bernardo Peso, do Lubango, também faz um balanço negativo e dá, como exemplo, os muitos despedimentos em vários setores da administração pública, desde os hospitais à educação. Destaca ainda os problemas de saúde no país. "A malária matou massivamente e o Governo não teve capacidade para pontualmente responder à situação da febre-amarela", conclui o jurista.