Al-Sisi: "Não autorizaremos ninguém a controlar a Líbia"
17 de dezembro de 2019"Não autorizaremos ninguém a controlar a Líbia. É uma questão associada à segurança nacional do Egito", declarou o marechal al-Sisi, citado por diversos media controlados pelo Estado.
O encontro entre Recep Tayyip Erdogan e Fayez al-Sarraj decorreu no domingo (15.12), à porta fechada em Istambul, alguns dias após Ancara ter admitido o envio de tropas para a Líbia em apoio às forças que apoiam o chefe do Governo de acordo nacional (GNA).
Na Líbia está a intensificar-se o conflito entre o GNA, reconhecido pelas Nações Unidas e apoiado pela Turquia e o Qatar, e o marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste líbio apoiado pelo Egito e os Emirados Árabes Unidos, dois rivais regionais de Ancara.
No final de novembro, o GNA e a Turquia concluíram um controverso acordo de delimitação marítima - que permite o acesso da Turquia a zonas económicas reivindicadas pela Grécia e Chipre - e um acordo de cooperação securitária que autoriza o envio de uma eventual ajuda militar da Turquia aos dirigentes de Tripoli. Este último texto deu entrada no Parlamento turco no sábado (14.12) para ser debatido e ratificado.
As forças de Haftar desencadearam em abril uma ofensiva contra a capital Tripoli, onde está sediado o GNA, e os confrontos já provocaram mais de 1.000 mortos, milhares de feridos e 140.000 deslocados, segundo a ONU.
Em 12 de dezembro, o marechal Haftar anunciou o início de uma nova "batalha decisiva" para garantir o controlo de Tripoli. Por sua vez, o GNA assegurou que a situação permanece "sob controlo" ao assegurar que mantém as suas posições a sul da capital, onde se concentram os combates desde o início da ofensiva das forças leais a Haftar.
Putin e Merkel apelam ao recomeço do diálogo
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel, também já sublinharam a importância de evitar o agravamento da situação na Líbia e a necessidade de renovar o diálogo no país árabe, anunciou o Kremlin na segunda-feira (16.12).
Putin e Merkel abordaram o conflito líbio no decurso de uma conversa telefónica, que segundo a Presidência russa foi concretizada após uma iniciativa por parte da Alemanha.
"Vladimir Putin confirmou a disposição da Rússia em prosseguir os esforços de mediação efetuados pela Alemanha e a ONU", disse o Kremlin.