Primeiras armas pesadas da Alemanha chegam à Ucrânia
22 de junho de 2022Sete blindados alemães autopropulsionados Panzerhaubitze 2000 chegaram à Ucrânia na terça-feira (21.06), marcando a primeira entrega de armamento pesado da Alemanha a Kiev desde que a invasão russa começou há quase quatro meses.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, agradeceu à sua homóloga alemã Christine Lambrecht, no Twitter, pelas armas, enquanto o embaixador da Ucrânia na Alemanha, Andriy Melnyk, também expressou a sua gratidão.
Melnyk disse, contudo, que Kiev esperava que "este fosse apenas o primeiro passo importante no reforço das capacidades de defesa do exército ucraniano", e apelou ao Governo alemão para que mantivesse o envio de armas.
"A indústria de defesa alemã está pronta para produzir 100 novos blindados para a Ucrânia a curto prazo. Esperamos muito sinceramente que o chanceler Olaf Scholz e o Conselho de Segurança alemão aprovem este pedido relevante", disse Melnyk.
O blindado Panzerhaubitze 2000 é a peça de artilharia mais moderna do exército alemão. Parecendo um enorme tanque, o veículo pode atingir alvos a uma distância de 40 quilómetros.
Reznikov descreveu a entrega como "um exemplo de cooperação internacional em apoio à Ucrânia", acrescentando que aplaude os esforços dos ministros da defesa alemão e holandês.
Críticas a Berlim
O Governo alemão tem sido criticado nas últimas semanas, inicialmente por hesitar em prometer armas pesadas e mais tarde pela demora na entrega das armas.
Berlim insistiu que tal situação se devia a alterações necessárias aos protocolos da indústria de defesa e à garantia de que os soldados ucranianos recebessem o treino adequado para utilizar as armas em questão.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, salientou a importância da continuação das entregas de armas do Ocidente no seu discurso em vídeo de terça-feira à noite, afirmando: "As vidas de milhares de pessoas dependem diretamente da rapidez dos nossos parceiros".
Zelensky também renovou os seus apelos a novas sanções da UE contra a Rússia, argumentando para que Bruxelas imponha um sétimo pacote de sanções a Moscovo o mais rapidamente possível.
"A Rússia deve sentir a pressão crescente de ir para a guerra e da sua política agressiva antieuropeia", concluiu Zelensky.