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Primeiras eleições livres na Tunísia foram há um ano

Da Rocha Alves Sampaio, Maria Madalena1 de novembro de 2012

Muitos tunisinos votaram pela primeira vez nas suas vidas há um ano atrás. Hoje, o entusiasmo deu lugar à frustração. A nova Constituição ainda não está terminada e a economia está de rastos.

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Milhares de pessoas deslocaram-se, na semana passada, até ao Ministério do Interior, na capital tunisina, Tunis, para mostrar o seu descontentamento com a situação no país. O que levou os manifestantes às ruas foi o assassinato de um responsável do partido Nida Tounes, "Apelo da Tunísia", há cerca de duas semanas em Tataouine, no sul do país.

O ex-primeiro ministro tunisino, Béji Caïd Essebsi, atribui esta morte a apoiantes de uma associação próxima do movimento islamita Ennahdha, o maior dos três partidos do governo de coligação que está no poder. Segundo Essebsi, a Tunísia está a "pagar com sangue a democracia e o sucesso da transição democrática".

O partido de Béji Caïd Essebsi, que, como primeiro-ministro, conduziu o país até à realização das eleições, tornou-se um ponto de encontro para todos os opositores do Ennahdha. Desde islamitas liberais a membros de esquerda, é possível encontrar aqui quase todas as correntes políticas.

Segundo sondagens recentes, o Nida Tounespoderá reunir 28% dos votos - quase tanto quanto o Ennahdha, que agora só conseguiria 30 % dos votos. Mas "o Nida Tounes tem também muitos membros do ex-partido do governo de Ben Ali, o RCD", critica Faycel Nacer, porta-voz do Ennahda: "O Nida Tounes é um bom exemplo da influência do antigo regime. Aí há muitos extremistas de esquerda, que trabalharam com Ben Ali."

Problemas económicos continuam

O desemprego continua a afetar o interior do país, chegando mesmo a atingir metade da populações em algumas regiões e depois do ataque à embaixada dos Estados Unidos em Setembro passado, os turistas afastaram-se novamente, numa altura em que esta importante indústria tinha começado a recuperar.

Muitos tunisinos exigem que ambas as partes trabalhem em conjunto para manter estes problemas sob controlo. Temem que os cidadãos sejam vítimas de confrontos entre governo e oposição e que a sua situação se torne ainda pior do que antes da revolução de 2011.

Autora: Sarah Mersch/Madalena Sampaio
Edição: Marta Barroso/António Rocha